Dermatologistas defendem procedimentos estéticos que valorizam a beleza natural, saúde mental e protocolos seguros, evitando efeitos colaterais em tratamentos injetáveis e envelhecimento.
No universo da beleza, o conceito de “luxo discreto” ganhou força recentemente, enfatizando a qualidade e a sofisticação sem a necessidade de exibir marcas e detalhes que revelem o valor das peças. Esse movimento busca valorizar a beleza em si, sem a necessidade de ostentação.
Essa tendência reflete uma mudança na estética da moda, onde a aparência luxuosa não é mais sinônimo de excesso e ostentação. Em vez disso, a beleza é buscada em detalhes sutis e sofisticados, que transmitem uma sensação de elegância e refinamento. A beleza, nesse contexto, é uma questão de estilo e personalidade, e não apenas de preço ou marca.
Um Novo Conceito de Beleza
Com base na tendência atual, dois dermatologistas brasileiros decidiram criar o ‘Movimento Quiet Beauty’ (Beleza Silenciosa) com o objetivo de combater a ideia de que é necessário modificar o rosto e valorizar a beleza natural. Esse manifesto é contra a ‘harmonização facial’, um procedimento que, quando realizado com excessos e sem técnicas adequadas, pode causar deformações e impactar a saúde mental dos pacientes.
O movimento foi apresentado no primeiro dia do Medical Advanced Aesthetic Congress (MAAC), um congresso dedicado às novidades nos tratamentos com injetáveis realizado na capital paulista. A proposta é separar o trabalho realizado por dermatologistas para correção de pontos que incomodam os pacientes ou mesmo tratamentos para atenuar efeitos do envelhecimento dos preenchimentos e métodos que levam a resultados artificiais, como lábios desproporcionais e bochechas saltadas.
Um Alerta para a Beleza Artificial
‘Em um congresso, pensamos técnicas modernas e eficazes, mas existe um mundo paralelo lá fora com procedimentos que fazem com que o paciente pareça outra pessoa. Por isso, queremos dizer não para a harmonização facial e trazer a visão sobre a segurança e resultados naturais’, explica a dermatologista Eliandre Palermo, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). A ideia é conscientizar médicos dermatologistas para que eles possam transmitir informações aos pacientes, que podem se interessar por algum procedimento inadequado e sofrer com as consequências, principalmente quando realizado por um profissional não habilitado.
‘Os procedimentos estão virando serviços de venda livre para qualquer pessoa e por qualquer pessoa, mas temos de nos lembrar sempre de que quem recebe o tratamento estético é um paciente. A banalização dos procedimentos tem levado a infecções, sequelas e mortes’, afirma. O movimento quer, então, reforçar a importância de protocolos seguros e personalizados.
A Influência das Redes Sociais na Beleza
Na visão do dermatologista André Braz, integrante da Sociedade Brasileira de Dermatologia e também autor do movimento, a população acaba se encantando com resultados exibidos nas redes sociais, embora muitos deles tenham uma camada adicional de ilusão: os filtros. ‘O filtro é um Photoshop (editor de fotos) de fácil acesso. Graças às redes sociais, as pessoas com transtorno de imagem têm plateia e precisamos mostrar que a saúde está acima de tudo.’
Segundo Braz, as pessoas precisam entender o conceito de beleza longe das pressões sociais e modismos e, caso tenham o interesse de fazer algum procedimento estético, devem se basear em propostas personalizadas sem copiar celebridades ou padrões difundidos na internet. ‘A beleza tem o caráter social, mas também cultural e cronológico. Isso precisa ser respeitado.’
O Mercado de Estética em Crescimento
O mercado de estética está em constante crescimento, e é importante que as pessoas sejam conscientes dos riscos e benefícios dos procedimentos estéticos. A beleza natural deve ser valorizada, e os tratamentos estéticos devem ser realizados com segurança e responsabilidade. O ‘Movimento Quiet Beauty’ é um passo importante para conscientizar as pessoas sobre a importância da beleza natural e da saúde mental.
Fonte: @ Veja Abril
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