Rafaela Gontijo, fundadora de Nuu Alimentos no Minas Gerais, criou um ecossistema de negócios regenerativos. Receita de raiz: agropecuária, laticínios, leite, sobras, queijo, massa, pão. Prêmios nacionais e internacionais. R$ 20M, liderada por fundo canadense. Agroindústria: receita colorida (tapioca, pizza, dadinhos), Rodrigo Oliveira, parceria, fidelidade, origens, manifesto, startup.
Símbolo da culinária brasileira, o pão de queijo é uma delícia que conquistou o paladar de muitos. Originário de Minas Gerais, esse quitute surgiu em uma fazenda mineira no século 18, durante o ciclo do ouro. Com a escassez de farinha de trigo vinda de Portugal, a mandioca se tornou a estrela da receita, substituindo o ingrediente tradicional. O pão de queijo se espalhou pelo país, tornando-se um dos petiscos mais apreciados pelos brasileiros.
Além de ser uma opção deliciosa para o café da manhã ou lanche da tarde, o pão de queijo também é uma excelente escolha para eventos e confraternizações. Sua versatilidade e sabor único conquistam paladares de todas as idades, tornando-o uma presença marcante em diversas ocasiões festivas. Experimente essa iguaria mineira e se delicie com o sabor inconfundível do pão de queijo!
Revolução na Agropecuária de Minas Gerais
Naquela época, a agropecuária de Minas Gerais começava a se especializar na produção de laticínios, leite e sobras de queijo endurecido foram incorporados à massa para tornar o preparo mais apetitoso. Assim, o pão improvisado por falta de farinha de trigo virou ‘o’ pão de queijo. Este clássico da culinária mineira tem suas raízes profundas na tradição e na inovação.
A Jornada de Rafaela Gontijo e a Nuu Alimentos
Três séculos depois, a mineira Rafaela Gontijo, de 35 anos, recuperou aquela ‘receita raiz‘, trocou a banha de porco por manteiga e criou uma das startups mais celebradas (saborosas e sustentáveis) do ecossistema global de inovação agrifoodtech. Fundada em 2015, em Pato de Minas, cidade natal da empresária, a Nuu Alimentos acaba de entrar para a lista 2023 do FoddTech 500, elaborada pela consultoria inglesa Forward Fooding.
Reconhecimento e Expansão
A láurea é um reconhecimento aos empreendedores de todo o mundo que melhor combinam alimentação, tecnologia e sustentabilidade. Em 2021, a Nuu foi agraciada com o título UN Best Small Business: Good for All, da Organização das Nações Unidas (ONU). O prêmio reconhece as 50 pequenas empresas de alimentação, com impacto positivo para o planeta. No ano seguinte, o pão de queijo colorido da startup de Patos de Minas foi considerado, pela brasileira Local.e, o segundo alimento mais criativo de 2022.
Inovação e Parcerias
Pensando em enriquecer nutricionalmente o produto e torná-lo mais atrativo para as crianças, a equipe da Nuu decidiu ‘tingi-lo’ com cenoura, beterraba, chia e cúrcuma. Além do pão de queijo, a foodtech produz hoje também palitinhos e pizza — tudo de mandioca. Em uma parceria com o chef Rodrigo Oliveira, a Nuu lançou os dadinhos de tapioca, uma invenção do dono do premiado restaurante Mocotó.
Expansão Nacional
A marca está em 2,2 mil pontos de venda, em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito do Santo. Algumas cafeterias vendem os produtos da Nuu, mas os principais clientes são os supermercados — Zona Sul, Pão de Açúcar, St. Marché, Casa Santa Luzia e Carrefour, entre outras. Na última edição do festival Lollapalooza, lá estava a Nuu viralizando nas redes sociais com o seu ‘roça n’roll’.
Fidelidade às Origens e Qualidade
Apesar de todas as tecnologias e modernidades, Rafaela se mantém fiel às origens, à singeleza dos ingredientes. O propósito da empresa está no ‘sabor das coisas mais simples, em produzir alimentos saudáveis e deliciosos e ser uma indústria inovadora e caipira ao mesmo tempo’, como se lê no manifesto da startup. ‘Uai not?’ É Nuu em referência à interjeição típica dos mineiros para expressar surpresa, uma espécie de ‘nooossa’. É Nuu também em alusão à nudez — ‘sem glúten, corantes, aromatizantes e sem pressa’.
Tradição e Modernidade na Produção
O queijo utilizado em todos os produtos é artesanal, à base de leite cru — tido, aliás, como patrimônio imaterial do Brasil. Como no passado, na Nuu, o leite e a manteiga, por exemplo, são escaldados; um processo longo e demorado. ‘Às vezes, a simplicidade é complexa e dá trabalho’, diz a empreendedora. Mas, a paciência faz toda a diferença. E serve de chamariz para os venture capital. No ano passado, a Nuu levantou R$ 20 milhões em investimentos para expandir ainda mais sua produção e levar o delicioso pão de queijo brasileiro para o mundo.
Fonte: @ NEO FEED
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