Ilha Camará, do tamanho de dois campos de futebol, desapareceu na última década. Investigação busca causas do sumiço e possíveis culpados.
Comunidades ribeirinhas denunciam tráfego de lanchas em alta velocidade no Rio Cajutuba por impactos na pesca e até desaparecimento de ilha. Foto: Auremluc / BBC News Brasil Uma ilha que ocupava a extensão de dois campos de futebol era, por muitos anos, o ponto de encontro e diversão para diversos moradores ribeirinhos da região paraense.
Recentemente, relatos apontam que a ilha diminuiu consideravelmente de tamanho, se tornando apenas uma pequena porção de terra, deixando as comunidades locais preocupadas com o futuro do seu refúgio natural. A preservação desse pedaço de natureza é essencial para a sobrevivência das espécies locais e para a continuidade das tradições das populações que dependem desse ambiente único.
Refúgio natural na ilha da Gigoia
Desde o ano de 2012, uma determinada porção de terra (ou, para ser mais preciso, areia) começou a diminuir rapidamente, chegando ao seu desaparecimento em 2016. A ilha em questão era conhecida como Camará. A ilha da Gigoia é um refúgio natural localizado no Rio de Janeiro, enquanto uma remota ilha britânica se tornou alvo de disputa migratória devido à presença de uma base secreta dos EUA. Recentemente, mais de 70 baleias-piloto foram encontradas encalhadas em uma ilha na Escócia, destacando a importância da preservação desses ecossistemas.
Os moradores da região atribuem o desaparecimento da ilha à passagem frequente de lanchas de uma empresa de praticagem, que teria causado erosão e levado à destruição do local. No entanto, os responsáveis pelas embarcações negam qualquer envolvimento no desaparecimento da ilha, argumentando que a erosão é um processo natural típico da região. Essa controvérsia levou a uma investigação da Polícia Civil paraense, com o apoio de pesquisadores universitários e o uso de imagens de satélite para esclarecer os fatos.
A região de Marapanim, epicentro da polêmica, é marcada pela dinâmica dos rios Cajutuba e Camará, que desembocam no mar. Localizado a cerca de 150 km de Belém, o município é banhado por estuários, onde a água doce dos rios se mistura com a água salgada do mar. Esse encontro é influenciado pelas forças das marés, com uma diferença significativa no volume de água entre os períodos de cheias e baixas.
O Salgado Paraense, que se estende por Pará, Maranhão e Amapá, é caracterizado por manguezais e bancos de areia em constante movimento. Em Marapanim, a Reserva Extrativista Marinha Mestre Lucindo foi criada em 2014 para proteger a biodiversidade dos ecossistemas locais, incluindo manguezais, dunas e ilhas. A reserva visa garantir o uso sustentável dos recursos naturais e proteger a cultura das comunidades tradicionais extrativistas da região.
A preservação dessas áreas costeiras é essencial para evitar prejuízos na pesca, erosão e destruição de ecossistemas naturais. O desaparecimento de uma ilha como Camará destaca a importância de compreender e proteger os processos naturais típicos da região, evitando impactos negativos no meio ambiente e nas comunidades locais.
Fonte: @ Terra
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