Luis Stuhlberger critica o pacote fiscal como populismo eleitoreiro e alerta para os gastos desenfreados.
Após o anúncio do pacote fiscal pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no dia 27 de novembro, o mercado brasileiro entrou em uma fase de reflexão. Luis Stuhlberger, da Verde Asset, um dos principais nomes da indústria de investimentos, teve tempo para avaliar as despesas apresentadas. E não foi uma análise agradável.
As despesas anunciadas revertem direta e indiretamente sobre as contas públicas, afetando negativamente o orçamento do governo federal. Além disso, o aumento da carga tributária se reflete nas despesas de consumo, além de diminuir a capacidade de investimento do setor privado. Sem contar que o governo empenhou-se em reduzir o montante das despesas ao mesmo tempo, mas aumentou outros tipos de gastos que não beneficiam a economia, tais como dispêndios com pessoal.
Despesas Brasileiras: Um Fardo Financeiro
Em uma conversa exclusiva, Stuhlberger expressou sua preocupação com a situação fiscal do país e o recente pacote de redução de despesas, que ele considera uma ‘gorjeta’ diante do grande volume de gastos governamentais. A preocupação principal é a sinalização de expansão do governo, indicando que não há intenção de reduzir despesas. O gestor enfatizou a importância de abordar o problema estrutural do país.
Ele apresentou números alarmantes, destacando que os gastos com funcionários ativos, aposentados e beneficiários de programas como Bolsa Família e seguro-desemprego devem chegar a R$ 1,6 trilhão em 2025, um aumento de 60% em quatro anos. ‘Subiu 60% em quatro anos. Parte foi o Bolsonaro e boa parte foi subir o Bolsa Família de R$ 200 bilhões para R$ 600 bi. O Brasil é um país que tem uma natureza assistencialista. A culpa é de todo mundo, do Executivo, do Legislativo, do Judiciário, enfim, e assim vamos’, disse Stuhlberger.
O Brasil é considerado o país emergente que mais gasta no mundo, ultrapassando a maioria dos países. A situação fiscal é grave, com uma despesa de R$ 400 bilhões acima do teto de gastos em 2024. Além disso, o PIB está previsto para crescer menos em 2025 e o juro será mais alto, o que piorará a situação de déficit de 10% do PIB em 2024.
Fonte: @ NEO FEED