Ebitda negativa e receita baixa no primeiro semestre. Espera-se melhoria com redes, agroinsumos, preços fertilizantes, safrinha, milho, grãos estreitos, investimentos em tecnologias e compras próximas. Desafios: defesas, quedas de preços, cotações de cereais.
A AgroGalaxy, companhia pertencente à gestora Aqua Capital que possui uma das mais amplas redes de distribuição de produtos agrícolas do Brasil, finalizou o início do ano com um prejuízo líquido ajustado de R$ 249,7 milhões, 2,5 vezes superior ao registrado no mesmo período de 2023.
Em meio aos desafios do setor agropecuário, a AgroGalaxy busca estratégias para reverter esse cenário e manter sua posição de destaque no mercado nacional;.
AgroGalaxy: Resultados Financeiros e Desafios
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado registrou um saldo negativo de R$ 95,1 milhões, contrastando com os R$ 58,6 milhões positivos do mesmo período do ano anterior. A receita líquida da AgroGalaxy apresentou uma queda de 42,7%, totalizando R$ 1,596 bilhão.
Mais um trimestre desafiador para a AgroGalaxy, impactado pelos desajustes decorrentes das fortes quedas nos preços de fertilizantes, defensivos e grãos como soja e milho. Esse cenário resultou em um aumento significativo nos estoques de insumos adquiridos a preços elevados, durante os eventos globais do ano passado.
Durante o primeiro trimestre deste ano, a receita líquida da AgroGalaxy no segmento de insumos diminuiu 56,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 691,4 milhões. Por outro lado, a receita proveniente dos negócios de grãos também apresentou uma redução de 25,1%, totalizando R$ 1,208 bilhão.
Os negócios de grãos, apesar de essenciais para impulsionar as vendas de insumos, possuem margens estreitas, o que não é considerado um sinal positivo. Axel Labourt, CEO da AgroGalaxy, destacou que as vendas de insumos foram prejudicadas pela redução nos investimentos em tecnologias para a safrinha de milho, que tradicionalmente concentra as transações nesse período. Além disso, a queda nas cotações do milho desestimulou o plantio, resultando em uma diminuição de quase 10% na área de produção no país.
Em meio a esse contexto desafiador, as compras antecipadas de insumos para a próxima safra de verão permaneceram contidas, devido à redução da rentabilidade no campo. A expectativa é de uma recuperação do setor agrícola no país a partir do segundo semestre, conforme mencionado pelo executivo.
A AgroGalaxy adotou medidas para enfrentar a crise, incluindo o fechamento de lojas e a redução de aproximadamente 600 postos de trabalho. Medidas como a capitalização pelos controladores e o refinanciamento de dívidas foram implementadas. As operações de barter ganharam destaque, contribuindo para a redução dos estoques de insumos em cerca de 50%.
Eron Martins, CFO da AgroGalaxy, ressaltou a redução de despesas em aproximadamente R$ 40 milhões no primeiro trimestre em comparação ao ano anterior. A empresa observou um crescimento nas vendas de especialidades, com sua participação na receita de insumos aumentando para 11,5%. Os bioinsumos também tiveram avanços, representando 3% das vendas, enquanto os fertilizantes puros mantiveram sua participação.
Fonte: @ Info Money
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