Julius Baer rebaixou sua recomendação por incertezas fiscais e revisões negativas nos lucros, impactando títulos do Tesouro e trabalhadores de baixa renda.
Ao adentrar em 2023, o cenário econômico brasileiro encontra-se em meio a fortes pressões, refletindo nas expectativas de investidores estrangeiros. Uma das principais preocupações é o pacote fiscal, que tem impacto direto na economia e, consequentemente, no desempenho das ações.
Diante dessas incertezas, muitos setores estão buscando ajuste para lidar com as cortes de gastos impostas pelo governo, o que tem gerado preocupações sobre a estabilidade fiscal. O pacote fiscal é outro ponto de discussão, pois alterações nele podem afetar negativamente a confiança dos investidores. Além disso, a possibilidade de revisões negativas nos lucros das empresas também está gerando incertezas no mercado acionário, reforçando a necessidade de cautela por parte do banco Julius Baer
Tentativas de Reavaliação do Pacote Fiscal
A recente proposta do governo brasileiro de cortes de gastos, que busca equilibrar as contas públicas, gerou uma série de incertezas fiscais entre os investidores. O pacote fiscal, embora tenha sido bem recebido pelo mercado em alguns aspectos, não convenceu os analistas de que a situação fiscal do país irá melhorar antes das eleições de 2026.
Uma Avaliação de Alto Nível
O banco Julius Baer, conhecido por sua análise minuciosa dos mercados financeiros, avaliou os possíveis impactos do pacote fiscal na economia brasileira. O resultado foi surpreendente: apesar da deterioração fiscal, os títulos do Tesouro ainda são atrativos para investidores. O banco destacou que apenas 4% da dívida do país está em moeda estrangeira, o que reduz o risco de crises cambiais, e que o Brasil tem reservas internacionais robustas e prazos longos de vencimento.
Desafios e Propostas
O pacote de cortes de gastos, por si só, não resolve o problema de longo prazo da dívida pública, que continua crescendo. Para estabilizar a dívida em relação ao PIB, seria necessário um ajuste maior, de cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o banco. O ajuste de R$ 71,9 bilhões, entre 2025 e 2026, é equivalente a 0,6% do PIB. Além disso, a proposta de isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, chamada de ‘low-income workers’, trabalhadores de baixa renda, também gerou debates e controvérsias.
Avisos de Cuidado e Incertezas
Embora o plano possa ajudar o governo a atingir a meta de zerar o déficit primário em 2025, ele não resolve o problema de longo prazo da dívida pública. Para o Julius Baer, a combinação do pacote de cortes de gastos e da proposta de isenção de imposto de renda não convenceu os analistas de que a situação fiscal do país irá melhorar antes das eleições de 2026. Isso gera incertezas fiscais e revisões negativas na economia, impactando negativamente os investimentos.
Fonte: @ Valor Invest Globo