Anvisa reforça combate ao consumo elevado de ultraprocessados com selo
Lupa
Lupa
alertando sobre açúcar, sal e gordura desde resolução 429 de 2020.
(ESTADÃO) – A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou, no último sábado (17), um estudo que analisa a presença de gorduras trans em alimentos processados. Segundo o relatório, mais da metade (53%) dos itens culinários disponíveis no mercado contêm níveis acima do recomendado de gorduras trans, o que pode representar um sério risco para a saúde dos consumidores.
(GLOBO) – Em uma recente pesquisa realizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), foi revelado que a presença de açúcares adicionados em diversos produtos alimentícios ultrapassa o limite de sódio considerado seguro para o consumo. A análise apontou que cerca de 40% dos produtos avaliados apresentaram quantidades excessivas de açúcares, o que pode contribuir para o aumento de problemas de saúde relacionados à alimentação.
Impacto dos Alimentos na Saúde Pública
São eles: temperos prontos para arroz e carnes, biscoito salgado, bolos prontos sem recheio, hambúrgueres, misturas para bolo aerado, mortadela conservada em refrigeração, pães de forma, queijo muçarela e requeijão. A análise é referente aos anos 2020 e 2021.
O relatório foi elaborado para monitorar o cumprimento das metas estabelecidas nos Planos Nacionais de Redução de Sódio e Açúcares em Alimentos Industrializados.
Os planos são estratégias de saúde pública voltadas para a diminuição da ingestão de sódio e açúcares pela população brasileira.Segundo o relatório, o alimento mais preocupante é a mortadela, que permaneceu com o percentual de conformidade com o plano igual a zero nos dois anos analisados.
As categorias que demonstram uma menor aderência às metas estabelecidas são aquelas que foram incorporadas nos acordos mais recentes.Foram analisadas, em média, 35 categorias de produtos alimentícios em relação ao teor de sódio, como salsichas, salgadinhos de milho, empanados, batatas fritas, batatas palhas, entre outros.Quase três quartos (72%) das categorias analisadas atingiram as metas de sódio estabelecidas no plano, o que não significa que estão abaixo do teor de sódio, uma vez que 60% dos itens culinários avaliados ainda excedem os limites de sódio estabelecidos pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde, ligada à Organização Mundial da Saúde).
Metas de Redução de Sódio: Desafios e Conquistas
A análise também revela que o Brasil tem a menor adesão às metas regionais de diminuição do consumo de sódio em comparação com outros países da América Latina e do Caribe.O consumo elevado de sódio pode levar ao diagnóstico de hipertensão, um fator de risco para doenças cardiovasculares e AVC (acidente vascular cerebral).
Cerca de 4 em cada 10 adultos com hipertensão não fazem o controle de sua pressão sanguínea.Por essa razão, políticas como a da Argentina e Uruguai de retirar os saleiros de restaurantes são uma medida barata e eficaz para reduzir a hipertensão, obesidade e outras doenças associadas.Em 2022, uma pesquisa feita em parceria entre a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), USP (Universidade de São Paulo) e Universidad de Santiago do Chile revelou que o consumo de alimentos ultraprocessados esteve associado a 57 mil mortes prematuras em 2019 no país.Alimentos ultraprocessados são aqueles que não contêm quase nada ou muito pouco do alimento original.
São exemplos salgadinhos, bolachas recheadas, sorvetes, refrigerantes, balas e doces.De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, de 2014, os produtos alimentícios ultraprocessados devem ter um consumo mínimo na pirâmide alimentar brasileira, seguidos de comidas processadas, dos minimamente processados, e, por último, alimentos in natura -estes devem ocupar a base da pirâmide nutritiva.A Anvisa busca barrar o consumo elevado de alimentos ultraprocessados desde a aprovação, em 2020, da resolução 429 que determina que as embalagens apresentem o selo ‘Lupa’ alertando sobre a quantidade de açúcar, sal e gordura nos alimentos.
Impacto da Nova Rotulagem nos Consumidores
A etiqueta padrão traz uma lupa preta, com a indicação ‘alto em’, na parte frontal dos produtos, que também passam a contar com uma tabela de nutrientes por 100 ml ou 100 g, para facilitar a comparação por parte do consumidor.Uma pesquisa da consultoria Bain & Company mostrou que 46% dos consumidores já desistiram ou pensaram em reduzir o consumo de produtos industrializados após a nova rotulagem.
Outros 34% repensaram o consumo, mas ainda assim compraram. Para 20% dos que perceberam os selos, nada mudou.
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Fonte: © Notícias ao Minuto