Decisão após luta de especialistas diante dos riscos do procedimento, envolvendo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e Sociedades médicas, que alertam sobre Dispositivos discretos e o Abdômen trincado, com Perigos escondidos.
Os modismos alardeados pelas redes sociais trazem, de tempos em tempos, artifícios que podem causar danos irreparáveis ao organismo. Mas uma das invenções mais populares e perniciosas dos últimos anos, idealizada como atalho para um corpo sarado e de aparência jovial, acaba de ser detida pelas autoridades regulatórias brasileiras, como a Anvisa, que atua como órgão regulador para garantir a segurança dos produtos disponíveis no mercado.
A Anvisa, como agência regulatória, tem o papel fundamental de proteger a saúde pública, e suas ações são fundamentais para evitar que produtos nocivos sejam comercializados no país. As autoridades sanitárias, incluindo a Anvisa, trabalham incansavelmente para identificar e coibir práticas que possam colocar em risco a saúde dos brasileiros. A segurança dos consumidores é prioridade e a Anvisa está sempre atenta para garantir que os produtos disponíveis no mercado sejam seguros e eficazes. A vigilância sanitária é essencial para prevenir danos irreparáveis ao organismo e garantir a saúde pública.
A Anvisa e a Proibição dos Chips da Beleza
Após uma intensa mobilização das sociedades médicas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão regulador responsável pela fiscalização da saúde no Brasil, proibiu a manipulação, comercialização e uso dos chips da beleza, dispositivos discretos que prometem emagrecimento, definição muscular e melhora do humor sem sacrifícios. No entanto, esses implantes não passam de uma bomba de hormônios capaz de aumentar o risco de ataque cardíaco, derrame, complicações renais, entre outros sérios efeitos colaterais.
A Anvisa, agência regulatória responsável pela vigilância sanitária no país, aponta que não há comprovação de segurança e eficácia dos implantes para fins estéticos e de desempenho. As autoridades sanitárias começaram a investigar as farmácias de manipulação que trabalhavam com essas substâncias em 2021 e uma inspeção em dezoito estabelecimentos em 2022 constatou diversos aspectos insatisfatórios na produção dos chips.
Os Perigos Escondidos dos Chips da Beleza
Os dispositivos, instalados logo abaixo da pele, apareceram como solução perfeita para atender aos anseios amplificados pelas imagens de abdômen trincado, pernas torneadas e braços sequinhos compartilhadas na internet. No entanto, escondem perigos. A moda, infelizmente, pegou. Ao menos desde 2019, especialistas advertem para os males de aplicar hormônios em doses não testadas nem aprovadas para esses propósitos.
A base dos tratamentos é a mesma de boa parte dos esteroides anabolizantes, vetados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Entre os hormônios utilizados, destaca-se a testosterona, que abunda no corpo masculino e está associada ao ganho de músculos. As mulheres submetidas ao protocolo apresentam, como reações adversas, nascimento de pelos em locais indesejados, aumento do clitóris e alterações no tom de voz.
Os Efeitos Colaterais dos Chips da Beleza
Há ainda a gestrinona, hormônio considerado obsoleto para o tratamento da endometriose, mas que também caiu nas graças dos entusiastas. Assim, com produtos elaborados à margem dos preceitos científicos, muitas pacientes saem das clínicas com um sonho de beleza e acabam nos consultórios médicos na tentativa de reverter os danos à saúde.
‘O que a gente vê na rotina é um aumento na incidência de problemas cardiovasculares, na pele e no fígado de pacientes com esses implantes’, diz o endocrinologista Clayton Macedo, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Ele é um dos coordenadores do Vigicom-Hormônios, plataforma lançada no mês passado que já catalogou mais de 250 relatos comprovados de efeitos colaterais em diferentes graus relacionados aos chips.
Macedo acompanha, inclusive, um caso recente de uma paciente internada na UTI com edema cerebral causado por uma novidade nesse mercado: o chip de ocitocina, alardeado como opção para melhorar o humor. Também conhecido como ‘hormônio do amor’, ele é usado, com a devida recomendação, para indução do parto ou suporte ao aleitamento materno. ‘Mas não há estudos para essas outras finalidades. Em 24 horas, essa paciente entrou em coma e foi para ventilação mecânica’, afirma o endocrinologista.
Fonte: @ Veja Abril