ETF argentino nos EUA capta US$ 600 milhões, enquanto EWZ brasileiro registra US$ 900 milhões em resgates, devido a controle de inflação, melhora fiscal e fluxo de investimentos no mercado paralelo.
No mundo dos investimentos, a Argentina parece estar jogando em seu próprio campo. Nos últimos tempos, o país vizinho tem conquistado uma grande vantagem sobre o Brasil, especialmente quando se trata de atraí investidores estrangeiros. Em Nova York, onde os investidores globais costumam se reunir, a Argentina tem um saldo positivo de US$ 1,5 bilhão.
Esse desempenho impressionante é em parte devido à estratégia de investimento adotada pelos argentinos. Eles têm apostado fortemente em ETFs (Exchange-Traded Funds), que permitem aos investidores diversificar seus portfólios e minimizar riscos. Além disso, a Argentina tem trabalhado arduamente para melhorar seu ambiente de negócios, tornando-o mais atraente para o investimento estrangeiro. O resultado é que os investidores estão cada vez mais interessados em colocar seu dinheiro no país. E, com a economia argentina em crescimento, é provável que essa tendência continue.
Investimentos: Argentina se destaca como principal destino na América do SulA Argentina tem se destacado como o principal destino de investidores na América do Sul, graças ao controle da inflação, melhora na perspectiva fiscal e potencial de crescimento para os próximos anos. Enquanto isso, o Brasil enfrenta um cenário relativamente oposto, afugentando investidores. O ARGT, principal ETF da Argentina nos Estados Unidos, captou US$ 600 milhões, enquanto o EWZ, brasileiro, perdeu US$ 900 milhões. A diferença reflete também a variação cambial, com o real perdendo 21% de valor frente ao dólar, enquanto a moeda argentina se estabilizou no mercado paralelo.
Fluxo de investimentos influencia preços
O fluxo de investimentos tem influenciado os preços. Desde o início do ano, o EWZ caiu 35%, enquanto o ARGT subiu 63%. A maior atração de dólares tem melhorado as contas correntes da Argentina, que fecharam o terceiro trimestre com um saldo positivo de US$ 1,4 bilhão, comparado aos US$ 6 bilhões negativos no mesmo período do ano passado. A conta financeira, relacionada a investimentos estrangeiros, apresentou saldo positivo de US$ 1,15 bilhão.
Brasil contribui para recuperação da Argentina
Dados mostram que o Brasil tem contribuído significativamente para a recuperação da Argentina. Segundo o Banco Central da Argentina, os brasileiros foram responsáveis por 35% dos US$ 2,385 bilhões em investimentos estrangeiros diretos no segundo trimestre, sendo o principal investidor. A China aparece em segundo lugar, com participação de 13,6%.
Otimismo com a Argentina se reflete nas posições de gestoras brasileiras
O otimismo com o país vizinho tem se refletido nas posições de gestoras brasileiras, que estão cautelosas em relação à economia local. Lucas Sigu Souza, sócio-fundador da Ciano Investimentos, afirmou que mantém 50% de seus investimentos no exterior, sendo 20% na Argentina e 30% nos Estados Unidos. ‘O Milei está colocando em prática políticas ortodoxas, que têm se mostrado eficazes, enquanto o governo brasileiro insiste em um negacionismo econômico. A Argentina está absorvendo investimentos que poderiam estar indo para o Brasil’, diz Sigu.
Políticas do presidente Javier Milei pavimentam o caminho para a entrada de dólares
As duras políticas do presidente Javier Milei pavimentaram o caminho para a entrada de dólares, com medidas como austeridade fiscal, cortes de gastos e redução da participação do Estado na economia. Durante a implementação dessas políticas, o país enfrentou uma retração de 5% no PIB anual, enquanto a retirada do controle de preços elevou a inflação a um pico de 289%. Entretanto, a Argentina está avançando para alinhar a cotação oficial e estabilizar o preço da moeda no mercado paralelo.
Fonte: @ NEO FEED