Negras vitimas, idade <29, regidos online recebem boletins de ocorrência em regiões de menor renda e periféricas: Itaim Paulista, Cidade Tiradentes, Jardim, Ângela. Extremo-direita alto poder esferas segurança pública, delegacias físicas narrativas LGBTfóbicas. Polícia Civil, São Paulo, região central, 1.424% pessoas LGBTQIA+ aumentaram.
Uma pesquisa recente divulgada nesta segunda-feira (13) pelo Instituto Pólis revela um aumento significativo nas notificações de violência contra pessoas LGBTQIA+ nos serviços de saúde. De acordo com o levantamento inédito, entre os anos de 2015 e 2023, na cidade de São Paulo, houve um crescimento de 970% nesse tipo de ocorrência. Durante esse intervalo, os serviços de saúde da capital paulista registraram 2.298 casos.
Infelizmente, a LGBTfobia tem se mostrado como um dos principais motores por trás desse alarmante aumento de crimes de ódio. Além disso, os discursos políticos de extrema-direita têm contribuído para a disseminação de ideias discriminatórias e prejudiciais, que impactam diretamente a segurança e bem-estar da comunidade LGBTQIA+. É fundamental que a sociedade como um todo se una no combate a essas práticas e promova um ambiente de respeito e inclusão para todos.
Violência contra pessoas LGBTQIA+ e as diferentes formas de discriminação
Cerca de 45% das ocorrências relacionadas à violência contra pessoas LGBTQIA+ são resultantes de violências físicas, enquanto 29% envolvem violências psicológicas e 10% são de natureza sexual. É alarmante notar que quase metade (49%) desses atos violentos ocorreu dentro do ambiente familiar. Um dado preocupante revelado pelo estudo é que seis em cada dez vítimas de violência LGBTfóbica foram agredidas por familiares ou conhecidos, evidenciando a triste realidade enfrentada por essa comunidade.
Impacto da LGBTfobia nos bairros periféricos e o aumento dos registros de ocorrências
O estudo aponta que a maioria das agressões motivadas por homofobia, lesbofobia e transfobia ocorreu em bairros periféricos de São Paulo, como Itaim Paulista, Cidade Tiradentes e Jardim Ângela. Essas regiões, muitas vezes negligenciadas, tornaram-se cenários preocupantes de violência contra pessoas LGBTQIA+. O levantamento intitulado ‘Violências LGBTQIAPN+ na cidade de São Paulo’ demonstra que as agressões aumentaram consideravelmente com a análise dos boletins de ocorrências registrados pela Polícia Civil, chegando a um aumento de 1.424% entre os anos de 2015 e 2022, totalizando 3.868 vítimas.
Desafios enfrentados e avanços na segurança pública
Os dados revelam que a maior parte dos casos notificados à Polícia Civil concentrou-se na região central da cidade, especialmente nos bairros da República, Bela Vista e Consolação, locais frequentados por pessoas LGBTQIA+. O diretor-executivo do Instituto Pólis, Rodrigo Iacovini, ressaltou que o crescimento dos registros está relacionado ao empoderamento da comunidade LGBTQIA+ e ao reconhecimento da LGBTfobia como crime. No entanto, ele alerta para o acirramento de narrativas LGBTfóbicas, impulsionadas por discursos políticos de extrema-direita, que contribuem para a perpetuação da violência.
Ampliação do acesso e desigualdades sociais
A implementação do B.O. eletrônico foi um avanço significativo no combate à LGBTfobia, permitindo o registro online das ocorrências sem a necessidade de deslocamento até uma delegacia. Esse acesso facilitado ampliou os registros, especialmente entre as mulheres, que representam 51% das notificações. O estudo destaca que o registro online possibilitou maior acesso às pessoas que vivem em regiões de menor renda, com 82% das denúncias ocorrendo nos distritos de baixa renda da capital paulista. Nos distritos de maior renda, o B.O. online corresponde a 72% do total, evidenciando desigualdades sociais no acesso à justiça.
Interseccionalidade da violência e desafios a serem enfrentados
Os dados revelam que a maioria das vítimas de LGBTfobia é negra (55%), ressaltando a interseccionalidade da violência enfrentada por essa comunidade. O estudo aponta que 79% das pessoas que sofreram violência LGBTfóbica por policiais eram negras, evidenciando a dupla violência enfrentada por indivíduos LGBTQIA+ negros. É crucial reconhecer e combater não apenas a LGBTfobia, mas também o racismo estrutural que permeia essas violências, visando construir uma sociedade mais justa e inclusiva para todos.
Fonte: @ Agencia Brasil
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