Polícia Civil: Alta homofobia, lesbofobia e transfobia em região central. Distritos República e Bela Vista. Pontos LGBTQIAPN+. Agressores atacam vítimas. Policiais investigam. Negras familiares ou conhecidos afetados. Ocorrências de violência contra LGBTQIAPN+.
Um estudo exclusivo do Instituto Pólis revela o aumento da violência contra pessoas LGBTQIAPN+ na metrópole de São Paulo.
Infelizmente, a homofobia e a transfobia têm contribuído significativamente para o crescimento da violência contra pessoas LGBTQIAPN+ na região, exigindo ação urgente da sociedade e das autoridades para combater esse cenário alarmante.
Violência contra pessoas LGBTQIAPN+
Realizado a partir da análise de bancos de dados públicos das áreas de saúde e segurança, e obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, o panorama revela um aumento significativo de 970% no total de notificações de ‘homofobia/ lesbofobia/ transfobia‘ pelos serviços de Saúde entre os anos de 2015 e 2023. Na esfera da Segurança Pública, o crescimento dos boletins de ocorrência LGBTfóbica entre 2015 e 2022 foi ainda mais expressivo, atingindo 1.424%.
Homofobia, lesbofobia, transfobia em destaque
Lançado em comemoração ao Dia Mundial de Combate à LGBTfobia (17/05), o estudo do Pólis está disponível para consulta. Destacando alguns pontos do levantamento ‘Violências LGBTQIAPN+ na cidade de São Paulo’ elaborado pelo Instituto Pólis, observamos que 55% das vítimas de violências LGBTfóbicas são pessoas negras. Além disso, 79% das vítimas de LGBTfobia por agressores policiais também são pessoas negras.
Aspectos relevantes das ocorrências
É importante ressaltar que 69% do total de vítimas de LGBTfobia têm até 29 anos, e homens, jovens e negros são maioria entre as vítimas de violência física. Dentre as ocorrências LGBTfóbicas notificadas pelos serviços de saúde, 45% são resultantes de violências físicas, 29% de violências psicológicas e 10% sexuais.
Detalhes sobre as vítimas e agressores
Um dado alarmante é que 49% das vítimas de LGBTfobia atendidas pelos serviços de saúde sofreram violência dentro de casa, sendo que 60% dessas vítimas foram agredidas por familiares ou pessoas conhecidas. Entre 2015 e 2023, foram registradas ocorrências policiais envolvendo 3.868 vítimas, segundo os dados da Segurança Pública, enquanto 2.298 casos de violência foram registrados pela Saúde.
Abordagem dos dados e sistemas de registro
Para a elaboração da pesquisa, foram analisados dados de boletins de ocorrências da Polícia Civil que apontaram casos de intolerância de ‘homofobia/transfobia’, além de notificações dos serviços de saúde ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Sistema Único de Saúde (SUS), com a motivação ‘homofobia/ lesbofobia/ transfobia’. Os registros da Saúde destacam as violências mais graves que geraram demanda de atendimento ao sistema de saúde, enquanto os registros da Segurança Pública evidenciam os casos denunciados via boletim de ocorrência à Polícia Civil do Estado de São Paulo.
Desafios na coleta de dados
O Instituto Pólis ressalta a falta de desagregação dos números de ‘homofobia’ e ‘transfobia’ pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP), que classifica as ocorrências de forma conjunta como ‘homofobia/transfobia’. Até 2023, não há identificação da orientação sexual ou identidade de gênero das vítimas de ocorrências registradas pela Segurança Pública.
Localização da violência
A análise espacial das vítimas por distrito da ocorrência indica que as violências motivadas por ‘homofobia/ lesbofobia/transfobia’ registradas pela Saúde entre 2015 e 2023 se concentram principalmente em distritos mais periféricos, como Itaim Paulista, Cidade Tiradentes, Jardim Ângela e Jardim São.
Fonte: © Notícias ao Minuto