GM adia produção do veículo autônomo Origin da Cruise após acidente. Falhas de segurança persistem em táxi-robôs.
A General Motors revelou, hoje, 23 de julho, que está postergando por tempo indeterminado a fabricação de seus carros autônomos veículo, que estavam em operação como táxis-robôs pela divisão Cruise da empresa americana.
Essa decisão de adiamento da produção dos veículos autônomos da GM reflete os desafios enfrentados pela indústria de automóveis autônomos, especialmente no que diz respeito à regulamentação e aceitação do público em relação aos carros autônomos sem motorista. A empresa está reavaliando sua estratégia para garantir o sucesso futuro de seus táxis-robôs e manter-se relevante no mercado de veículos autônomos.
Avanço Lento no Desenvolvimento de Carros Autônomos
O anúncio recente sobre a interrupção temporária da produção do veículo autônomo Origin não foi surpreendente, considerando que a empresa já havia tomado essa medida em novembro. Essa decisão veio após um acidente envolvendo um táxi-robô em São Francisco, no qual um pedestre foi arrastado por seis metros depois de ser atropelado por outro veículo.
A montadora revelou que a unidade Cruise agora se concentrará nos testes de táxis-robôs produzidos a partir de uma nova geração do Chevrolet Bolt, uma marca que havia sido descontinuada. A CEO da GM, Mary Barra, explicou que essa mudança visa reduzir custos e lidar com a incerteza regulatória relacionada à ausência de controles manuais nos veículos autônomos.
Uma investigação externa sobre o acidente de outubro do ano passado apontou questões culturais, inépcia e má liderança como fatores que contribuíram para o incidente. Apesar de a liderança da Cruise ter sido acusada de encobrimento, não foram encontradas provas que sustentassem essas alegações.
Após esses eventos, a GM demitiu aproximadamente um quarto dos funcionários da Cruise, estabeleceu o cargo de diretor de segurança e trouxe novos executivos para liderar a divisão. Além disso, retomou os testes dos táxis-robôs do Bolt em Dallas, Houston e Phoenix.
A Cruise, uma startup adquirida pela GM em 2016, perdeu a licença para operar táxis-robôs na Califórnia. Anteriormente, a CEO previu que a empresa poderia gerar US$ 50 bilhões em receita anual até 2030. No entanto, a Cruise, que conta com investimento minoritário da Honda, acumula prejuízos superiores a US$ 8 bilhões desde 2017.
A notícia da GM ressalta a percepção de um progresso lento no desenvolvimento de carros autônomos, que atraíram investimentos significativos, mas ainda apresentam resultados insatisfatórios. Após um início promissor em 2019 e 2020, os veículos autônomos enfrentaram uma série de desafios que afetaram a indústria.
Os acidentes, processos judiciais, demissões, falhas de software e problemas de relações públicas prejudicaram a reputação do setor. A inteligência artificial é a base dos veículos autônomos, porém os algoritmos atuais não conseguem replicar o raciocínio humano necessário para lidar com diversas situações durante a condução.
Especialistas apontam que os veículos autônomos precisam desenvolver a capacidade de raciocínio contrafactual, antecipando cenários hipotéticos e seus desdobramentos. Muitos acidentes evidenciam essa lacuna, especialmente em condições de iluminação ambígua, como ao amanhecer ou entardecer.
As principais empresas do mercado de veículos autônomos, Waymo, Cruise e Tesla, estão sob escrutínio por questões de segurança. Todas enfrentam desafios que impactam sua reputação e exigem soluções para garantir a confiança do público.
Fonte: @ NEO FEED
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