Sites alternativos surgiram após a Anatel divulgar lista de páginas a serem bloqueadas, com endereços quase iguais em sequência de caracteres, resultado de trabalho contínuo no procedimento.
No Brasil, o governo federal tem enfrentado dificuldades em manter o bloqueio eficaz contra as plataformas de apostas ilegais. Essas plataformas têm encontrado maneiras de contornar a proibição, criando novas páginas com endereços quase idênticos às que foram bloqueadas, apenas com pequenas alterações nos caracteres.
Essa burla ao sistema de bloqueio tem permitido que as plataformas de apostas ilegais continuem operando, mesmo após a Anatel divulgar uma lista com mais de dois mil sites que deveriam ser bloqueados. Alguns desses sites foram criados no mesmo dia em que a lista foi divulgada, demonstrando a rapidez com que essas plataformas conseguem derrubar as barreiras impostas pelo governo. A luta contra as apostas ilegais é um desafio constante para as autoridades brasileiras.
Desafio do Bloqueio
A Anatel informou que apenas comunica as operadoras de telefonia e internet sobre os sites que o Ministério da Fazenda pede para derrubar. A pasta não se manifestou. No entanto, as apostas ilegais têm conseguido driblar o bloqueio imposto pelo governo federal. Um levantamento feito pelo g1 encontrou 18 bets irregulares funcionando em sites alternativos, quase iguais aos que estavam na lista da Anatel com mais de dois mil endereços irregulares que deveriam ser bloqueados.
A estratégia para burlar a proibição foi inserir, após o nome original da página, uma sequência de caracteres, como os números 11 e 22, por exemplo. Isso permitiu que as apostas ilegais continuassem a operar, apesar do bloqueio. O g1 encontrou 134 sites de 18 bets irregulares, com 51 criados na sexta-feira (11), 19 no sábado (12), 5 nesta terça-feira (15) e 59 endereços criados antes.
Proibição e Burla
A Anatel disse que seu papel é encaminhar às operadoras a lista de sites indicada pelo Ministério da Fazenda. No entanto, o ministério também foi procurado, mas não se manifestou. O ministro Fernando Haddad afirmou que o trabalho para identificar sites irregulares será contínuo. ‘Evidentemente, tem um trabalho a ser feito pela secretaria [de Apostas] que é permanente. Qualquer tentativa de burla, a Anatel é informada e o procedimento é o mesmo’, declarou.
A facilidade que as empresas encontram para criar novos sites é visto como um dos problemas para barrar as bets irregulares no Brasil, segundo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL). A entidade diz que basta a criação de um novo link, em domínio diferente, para que a plataforma volte a funcionar.
Regulamentação e Bloqueio
As apostas online estão em processo de regulamentação no Brasil e, ao todo, 96 empresas que comandam 210 bets estão autorizadas a operar nacionalmente até dezembro. Outras 18 podem operar regionalmente. O bloqueio das bets é feito pelo Ministério da Fazenda, que envia para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a lista de bets que devem ser bloqueadas. A agência, por sua vez, faz um pedido às operadoras de internet para que realizem o bloqueio das casas de apostas por meio da URL.
A Anatel respondeu que ‘o papel da Anatel é encaminhar a lista dos endereços dos sites que exploram a modalidade lotérica de apostas em desacordo com a regulamentação do Ministério da Fazenda às empresas autorizadas do SMP (telefonia móvel) e do SCM (banda larga) para implementação do bloqueio de acesso aos domínios’.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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