Banco Central divulga dados sobre transferência eletrônica direta para casas de apostas de eventos esportivos e jogos virtuais.
📲 Acompanhe o A10+ no Instagram, Facebook e Twitter. É preocupante notar que parte dos recursos destinados ao Bolsa Família está sendo utilizada de forma indevida, como em casas de apostas.
Essa situação é um exemplo de como os programas sociais podem ser desviados de seu propósito original. O Bolsa Família, criado para fornecer benefícios a famílias carentes, está sendo utilizado de forma inadequada. É fundamental que sejam tomadas medidas para evitar esse tipo de desvio e garantir que os recursos sejam utilizados de forma eficaz para ajudar aqueles que realmente precisam.
Beneficiários do Bolsa Família gastam R$ 3 bilhões em apostas eletrônicas
De acordo com uma nota técnica elaborada pelo Banco Central (BC), os beneficiários do Bolsa Família gastaram uma quantia significativa de R$ 3 bilhões em apostas eletrônicas via Pix em agosto. Esse levantamento foi realizado a pedido do senador Omar Aziz (PSD-AM), que pretende solicitar à Procuradoria-Geral da República (PGR) que entre com ações judiciais para retirar do ar as páginas das casas de apostas na internet até que elas sejam regulamentadas pelo governo federal.
O Bolsa Família é um programa social que visa fornecer benefícios a famílias de baixa renda, e é preocupante que esses recursos sejam utilizados em apostas eletrônicas. A análise técnica do BC revelou que cerca de 5 milhões de beneficiários de um total aproximado de 20 milhões fizeram apostas via Pix, com um gasto médio de R$ 100.
Dos 5 milhões de apostadores, 70% são chefes de família e enviaram, apenas em agosto, R$ 2 bilhões às casas de apostas, representando 67% do total de R$ 3 bilhões. O relatório inclui tanto as apostas em eventos esportivos como jogos em cassinos virtuais. É importante notar que o volume apostado pelos beneficiários do Bolsa Família pode ser maior, pois os dados do BC incluem apenas as apostas via Pix, não outros meios de pagamento como cartões de débito e de crédito e transferência eletrônica direta (TED).
Impacto das apostas eletrônicas na população
O levantamento também estimou o valor mensal gasto via Pix pela população em apostas eletrônicas. O volume mensal de transferências para casas de apostas variou entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões. Somente em agosto, o gasto somou R$ 20,8 bilhões, mais de dez vezes o R$ 1,9 bilhão arrecadado pelas loterias oficiais da Caixa Econômica Federal.
Em agosto, o Bolsa Família pagou R$ 14,12 bilhões a 20,76 milhões de beneficiários, com um valor médio do benefício no mês de R$ 681,09. É preocupante que esses recursos sejam utilizados em apostas eletrônicas, em vez de serem utilizados para melhorar a qualidade de vida das famílias.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, expressou preocupação com o aumento das apostas eletrônicas, especialmente entre as camadas mais pobres. Ele manifestou que o comprometimento da renda com as apostas pode prejudicar a qualidade do crédito, por causa de um eventual aumento da inadimplência.
‘A correlação entre pessoas que recebem Bolsa Família, pessoas de baixa renda, e o aumento das apostas tem sido bastante grande. A gente consegue mapear o que teve de Pix para essas plataformas e o crescimento de janeiro pra cá foi bastante grande. A gente pega o ticket médio e subiu mais de 200%. É uma coisa que chama atenção e a gente começa a ter a percepção de que vai ter um efeito na inadimplência na ponta’, comentou Campos Neto.
Regulamentação das apostas eletrônicas
Na semana passada, o Ministério da Fazenda anunciou a suspensão das casas de apostas que não tiverem pedido, até 30 de setembro, autorização para operar no país. O ministro Fernando Haddad comentou que o país enfrenta uma pandemia de apostas on-line. A regulamentação das apostas eletrônicas é fundamental para evitar que essas plataformas sejam utilizadas de forma indevida e prejudiquem a população.
Fonte: © A10 Mais
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