Pacote do governo envia sinais errados à economia, afastando investimento estrangeiro, enquanto a nova política tarifária do presidente americano prepara redesenho do comércio global e contração nas economias
Ao adotar o pacote de cortes de despesas para anunciar uma isenção fiscal para quem ganha até R$ 5 mil por mês, o governo brasileiro enviou uma mensagem confusa ao mercado: afastou ainda mais o capital estrangeiro, o que significa uma clara desvantagem em um mundo onde há enorme liquidez – de ao menos US$ 9 trilhões – à espera de portos seguros para investimentos.
O governo, com a sua administração, tem um papel fundamental em criar um ambiente favorável para atração de investimentos estrangeiros, o que é essencial para a economia. No entanto, a isenção fiscal anunciada pode ser vista como um sinal de desestabilização, o que pode afastar ainda mais o capital estrangeiro. A autoridade governamental deve estar ciente de que as suas decisões têm um impacto significativo no mercado e na economia, e que a estabilidade é fundamental para atrair investimentos.
Evoluções do Governo e Administração
O alerta de Alex Fusté, economista-chefe do Andbank, ressoa como um chamado para a reflexão sobre a gestão atual do governo brasileiro. Com uma visão ampla da economia global, Fusté destaca a necessidade de um discurso coerente para a sociedade e para o mercado. O Andbank, com sede em Andorra e atuação em 11 países, supervisiona um patrimônio equivalente a R$ 210 bilhões, demonstrando experiência e conhecimento em gestão financeira.
Autoridade Econômica e Administração
Fusté não vê a política fiscal expansionista do governo como um entrave em si, citando o exemplo de países nórdicos que investem significativamente em gastos sociais e ainda assim mantêm economias funcionais. O problema, segundo ele, está na utilização desses gastos em políticas com poucos retornos econômicos ou financeiros. Essa percepção é reforçada pela comparação com a política de contração fiscal adotada pela Argentina, que reduziu pela metade o custo de financiamento do governo e aumentou as reservas internacionais.
Governo e Autoridade no Contexto Internacional
Fusté expressa expectativa sobre a nova administração americana sob Donald Trump, prevendo que não haverá uma política linear de tarifas de importação, mas sim uma aplicação seletiva para alcançar objetivos políticos específicos. Os países mais afetados, de acordo com ele, serão aqueles que não praticam uma economia de mercado e recorrem a subsídios que desequilibram a competição. A China é mencionada como exemplo.
O Papel do Governo na Economia Mundial
Além disso, o economista alerta para a situação da União Europeia, pressionada pela crise fiscal da França e econômica da Alemanha. Fusté não acredita que o temor de sofrer sobretaxação de exportações para os EUA leve o bloco a assinar o tratado de livre comércio com o Mercosul, apontando desacordos como a oposição do setor agrícola francês ao Mercosul como um entrave importante.
Administração e Economia no Brasil
A entrevista de Fusté destaca a importância de um governo que esteja em sintonia com o mercado, envolvendo a necessidade de um discurso claro que reduza o risco de desordem macroeconômica. Ele se refere à crise do governo brasileiro com o mercado em 2016, como um exemplo de desentendimento recorrente. Fusté também destaca a necessidade de uma política de tarifas que seja aplicada de forma seletiva, para evitar sobretaxação indevida.
Fonte: @ NEO FEED