Profissionais brasileiros destacam cuidados essenciais como controle do colesterol, monitoração do diabetes e prática de hábitos saudáveis.
Apenas 0,3% dos indivíduos com doenças cardiovasculares, que englobam a doença arterial coronariana e a doença arterial periférica, conseguem seguir todas as orientações para minimizar os riscos de complicações.
É fundamental conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do controle das doenças cardíacas. Manter hábitos saudáveis e realizar exames médicos regularmente são medidas essenciais para cuidar das condições cardiovasculares.
Estudo Observacional: Registro Brasileiro de Doença Aterotrombótica – NEAT
Emerge agora a conclusão do Registro Brasileiro de Doença Aterotrombótica – NEAT, uma pesquisa que acompanha pacientes com doenças cardiovasculares em ambiente ambulatorial. O foco desta análise foi avaliar a adesão a boas práticas médicas para mitigar os riscos associados a essas condições.
Dos 2 003 participantes do Registro NEAT, 55,6% apresentavam doenças cardíacas, 28,7% tinham problemas cardíacos periféricos e 15,7% sofriam de ambas as condições. A lista de cuidados revela que apenas 8,6% mantinham o controle do colesterol ideal, 12,5% seguam a prática recomendada de 150 minutos de atividade física por semana, 20,7% monitoravam o diabetes, 31,5% possuíam índice de massa corporal adequado, 40,7% mantinham a pressão arterial controlada e 15,7% mantinham o hábito de tabagismo, mesmo com a presença de doenças cardiovasculares estabelecidas.
Além das práticas dos pacientes, o estudo destacou que, apesar de mais de 90% dos cardiologistas prescreverem estatinas, cerca de 55,4% dos pacientes não seguiam a dose recomendada de estatinas de alta intensidade, essenciais para reduzir o colesterol ruim em mais de 50%.
Também foi observado que 4% dos pacientes não recebiam tratamento com antiplaquetários, e os inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA) e os bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA), que ajudam a regular a pressão arterial, eram utilizados por apenas 76,4% da amostra. Mas por que a prescrição desses medicamentos não está ocorrendo conforme o esperado?
A explicação, embora ainda hipotética, sugere que há uma falha na comunicação entre a prática clínica e as evidências científicas, resultando na falta de implementação das melhores terapias para os pacientes que delas necessitam. Essa lacuna revela uma realidade distante do ideal, destacando a importância de uma ‘lição de casa’ tanto por parte dos pacientes quanto dos médicos para garantir a redução eficaz do risco cardiovascular.
No âmbito do próximo Congresso da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, que ocorrerá nos dias 30 e 31 de maio e 1º de junho na capital paulista, serão abordadas tanto a prescrição adequada baseada em evidências quanto as estratégias para envolver os pacientes e assegurar a adesão às medidas terapêuticas e de estilo de vida necessárias.
Condições Cardiovasculares: Doença Arterial Coronariana
A doença arterial coronariana é uma condição que resulta no estreitamento ou bloqueio das artérias coronárias, responsáveis por fornecer sangue oxigenado ao coração. Esse acúmulo de placas, compostas por gordura, colesterol e outras substâncias, pode desencadear sintomas como angina (dor no peito) e falta de ar. A manutenção de práticas saudáveis e o acompanhamento médico adequado são essenciais para o controle das doenças cardiovasculares e a promoção da saúde do coração.
Fonte: @ Veja Abril
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