Homem acusado de mostrar órgão a funcionária é preso; polícia verifica se corresponde à descrição fornecida pela mulher.
A organização Cacau Show deverá efetuar o pagamento de indenização no valor de R$ 50 mil a um consultor financeiro acusado de importunação sexual por colaboradores da loja. Isso ocorreu devido à prisão do homem, que precisou exibir o órgão genital aos policiais para que estes verificassem se correspondia à descrição feita pela mulher. A determinação foi feita pelo magistrado Fábio de Souza Pimenta, da 32ª vara Cível de São Paulo.
No processo, o consultor financeiro busca reparação pelos danos sofridos, alegando constrangimento e prejuízos à sua imagem. Além da indenização estabelecida, ele também pleiteia compensação pelos transtornos emocionais causados pela situação. A decisão do juiz destaca a importância de garantir a justa ressarcimento às vítimas de condutas inadequadas, reforçando a necessidade de respeito e dignidade no ambiente de trabalho.
Indenização: Uma Questão de Justiça e Reparação
De acordo com informações divulgadas pela Folha de S.Paulo, o episódio em questão teve lugar em 23 de abril do ano anterior, durante a participação de um indivíduo em um passeio ciclístico entre São Paulo e Itapevi, com destino final na loja da Cacau Show. Após o término do percurso, Passos optou por saborear um sorvete, porém foi confrontado com uma acusação de ter exposto suas partes íntimas a uma funcionária do estabelecimento.
A intervenção da Polícia Militar foi solicitada, e o acusado foi identificado pelo gerente da loja como o responsável pela alegada conduta. Apesar de negar veementemente a acusação, alegando que sua vestimenta exigia a retirada completa das roupas para expor suas partes íntimas, ele foi detido e conduzido à delegacia.
Na delegacia, foi constrangido a exibir suas partes íntimas para duas escrivãs e policiais militares, em uma tentativa de identificação peniana, um procedimento desprovido de respaldo legal. Durante a audiência judicial, os policiais confirmaram ter recebido instruções do delegado para realizar o reconhecimento peniano com base na descrição fornecida pela suposta vítima, alegando que o órgão genital do acusado era de cor preta.
A defesa do acusado destacou a inconsistência da acusação, especialmente levando em conta suas características físicas, como cabelos loiros e olhos verdes, que não condiziam com a descrição fornecida. A Cacau Show será responsável por indenizar o homem detido por importunação.
Além disso, foi apresentado um vídeo de monitoramento pela gerência da loja, alegadamente evidenciando o ocorrido. Contudo, as imagens de qualidade inferior não corroboraram a versão da suposta vítima. Apesar disso, o delegado optou por manter a prisão em flagrante, argumentando que as filmagens indicavam um comportamento suspeito.
Após uma noite na detenção e enfrentar um processo, o homem foi liberado durante a audiência de custódia, e o caso criminal foi encerrado a pedido do Ministério Público. Em resposta à ação civil movida pelo acusado, a Cacau Show declarou ter revisado as imagens e constatado a inexistência do delito. Ademais, os funcionários envolvidos teriam admitido ter falsificado informações sobre o incidente, resultando em suas demissões.
No entanto, a funcionária que fez a acusação negou ter mentido e alegou estar passando por um período de luto, optando por não comentar mais sobre o assunto com a Folha. A busca por justiça e indenização é crucial para reparar danos e restaurar a dignidade de todos os envolvidos.
Fonte: © Migalhas