Projeto municipal: Instituições de ensino abolirão discriminação contra cabelos afro em solenidades da rede, de acordo com a Lei 80/2024. Cacheados, crespos e volumosos, respeitados em ritos de passagem. (147 caracteres)
A vereadora Marta Rodrigues (PT) propôs na Câmara Municipal de Salvador o projeto de lei (80/2024) que garante que as escolas da capital baiana utilizem chapéus de formatura (cabelos) que sejam adequados para cabelos afro, cacheados, crespos e volumosos durante as cerimônias da rede municipal de ensino.
Além disso, o projeto visa promover a valorização da diversidade e inclusão, garantindo que os acessórios tradicionais como os chapéus de formatura (cabelos) estejam disponíveis para todos os estudantes, independentemente do tipo de cabelo, para que possam celebrar suas conquistas de forma igualitária e representativa.
Chapéus de Formatura (Cabelos): A Importância da Representatividade
Como passo inclusivo importante nas instituições de ensino, o projeto de lei (80/2024) tem como objetivo colaborar no combate ao racismo, especialmente em solenidades da rede municipal. A proposta visa empoderar os estudantes que possuem cabelos afro, cacheados, crespos e volumosos, os quais muitas vezes não se sentem representados pelos acessórios tradicionais, como os capelos.
Vale ressaltar que Salvador, conhecida por ser a capital com maior população negra fora da África, abriga 83,2% de indivíduos autodeclarados pretos ou pardos, conforme dados do censo do IBGE de 2022. Apesar do aumento significativo de estudantes negros nas universidades, ainda há uma lacuna em termos de diversidade capilar, como aponta o Centro de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade de Brasília (UnB).
Os capelos, acessórios tradicionais em ritos de passagem acadêmica, muitas vezes não atendem à variedade de cabelos presentes na população brasileira. Isso leva a situações constrangedoras e pouco inclusivas, como o alisamento não voluntário dos cabelos, o uso de tiaras para prender o chapéu, entre outras ações. A vereadora responsável pelo projeto espera que ele ganhe apoio e seja expandido para esferas estaduais e federais.
Marta Rodrigues destaca a importância de repensar a fabricação dos capelos, considerando a diversidade da população. Os acessórios têm um significado simbólico para os estudantes e fazem parte de um momento especial em suas vidas. É fundamental garantir que todos se sintam representados e incluídos nesses momentos de celebração.
O projeto de lei foi inspirado no movimento #RespeitaMeuCapelo, uma iniciativa que busca promover a diversidade capilar e a representatividade. Em parceria com a agência GUT São Paulo e a marca de beleza Vult, a grife baiana Dendezeiro desenvolveu novos modelos de capelos que atendem à pluralidade dos corpos e cabelos.
A colaboração entre as empresas prevê a produção de 1000 unidades dos novos capelos para as formaturas previstas no segundo semestre em universidades como a Federal do Sul da Bahia e a Zumbi dos Palmares, em São Paulo. Os designs dos capelos estão disponíveis gratuitamente para outras instituições interessadas em reproduzi-los, promovendo assim a diversidade e a inclusão.
Hisan Silva, CEO da Dendezeiro, destaca a importância da representatividade nos capelos de formatura, que simbolizam empoderamento, inclusão e celebração da identidade. Os capelos são vistos como emblemas de sucesso e orgulho, marcando a conclusão de uma jornada acadêmica e o início de novos desafios.
O movimento #RespeitaMeuCapelo foi lançado com um mini-documentário, contando com a participação da Professora Dra. Joana Angélica, primeira reitora negra de uma universidade no Brasil, e ex-universitárias recriando suas fotos de formatura com capelos que refletem a diversidade presente em nossas instituições de ensino.
Fonte: @ Ad News