No charmoso e poderoso “Carisma e Poder”, historiador Ian Kershaw retrata 12 europeus do século XX, refletindo sobre carisma e restrições na ascensão e queda de líderes, abordando: poder, nação, pessoas, violência, privações, melhores caminhos, estabilidade, democracia, guerras, nazismo, fascismo, bolchevismo, criação, bomba atômica, colapso social, econômico e político, salvadores, pátria. Tempo incerto, ascensão populismo extremo-direita. (149 caracteres)
Qual a extensão do poder de um líder que é moldado por sua personalidade? E pelas circunstâncias que o cercam? O que possibilita a um governante direcionar uma sociedade quase sem limitações? Alguns nomes alcançaram projeção mundial, como o austríaco Adolf Hitler, o russo Joseph Stalin e o italiano Benito Mussolini, que exerceram influência significativa em seus respectivos países.
Esses líderes históricos detinham um poder que os permitia moldar as políticas e ações de seus governos, demonstrando sua autoridade de maneira muitas vezes autoritária. Sua capacidade de influenciar e comandar as massas foi marcante em períodos conturbados da história, deixando um legado de comando e controle sobre os destinos de suas nações, marcado por consequências profundas e duradouras.
Reflexões sobre o poder e a autoridade dos líderes europeus
Outros dirigentes, como o iugoslavo Josip Broz Tito e o espanhol Francisco Franco, exerceram autoridade quase sem restrições em suas nações, impondo períodos de violência e privações aos seus povos. Enquanto isso, figuras como Winston Churchill, Charles De Gaulle e Margareth Thatcher são lembradas de maneira mais positiva, embora não isentas de críticas.
Recém-lançado no Brasil, o livro ‘Carisma e poder — Líderes que moldaram a Europa moderna’, escrito por Ian Kershaw, convida à reflexão sobre a influência de doze líderes da história europeia recente. Dentre esses, metade são ditadores e a outra metade democratas em diferentes graus de comando.
Aos 81 anos, o renomado historiador britânico Ian Kershaw, especialista na Alemanha nazista, traz em sua obra uma análise profunda sobre o papel do poder e da personalidade dos líderes europeus. Ele destaca a importância da conexão entre o caráter individual e o contexto político na formação e atuação desses dirigentes ao longo do tempo.
Segundo Kershaw, o século passado foi marcado por eventos que moldaram o curso da história, como as duas guerras mundiais, o surgimento de ideologias totalitárias como o nazismo, o fascismo e o bolchevismo, bem como a invenção da bomba atômica. Tanto os ditadores quanto os democratas demonstraram habilidades excepcionais para lidar com o poder em tempos tumultuados.
O autor destaca que líderes como Lenin, Mussolini e Hitler souberam aproveitar oportunidades em momentos de crise para ascender ao poder. Da mesma forma, líderes democráticos como Churchill, De Gaulle, Adenauer e Gorbachev emergiram como salvadores em períodos de instabilidade social, econômica e política em seus países.
‘Carisma e poder’ levanta a reflexão de que os líderes tirânicos muitas vezes surgem em tempos incertos, como vistos nos dias atuais em 2024, com a ascensão do populismo de extrema-direita. Carismáticos e ambiciosos, esses líderes conquistam seguidores dispostos a segui-los cegamente, mesmo a custo de violência e morte.
Ian Kershaw ressalta a frase de Karl Marx de 1852, que ecoa até os dias de hoje: ‘Os homens fazem a sua própria história, mas não como lhes agrada, nas condições da sua própria época.’ Em um mundo repleto de incertezas, o poder e a influência dos líderes moldaram e continuarão a moldar o curso da história.
Fonte: @ NEO FEED