Documento recomenda investimento em IA para equilibrar inovação, saúde, justiça social, transição energética e proteger direitos dos trabalhadores.
Representantes e especialistas que fazem parte do G20 elaboraram um relatório com sugestões aos líderes do grupo na terça-feira (2), momento que marcou o encerramento da Cúpula da Ciência20 (S20), sediada no Rio de Janeiro. A inteligência artificial foi destacada como uma das áreas prioritárias para investimento e colaboração entre os países membros.
No segundo dia do evento, os participantes discutiram os avanços e desafios da IA na sociedade contemporânea. A importância de políticas públicas que promovam a ética e a transparência no desenvolvimento de tecnologias baseadas em inteligência artificial foi ressaltada durante os debates. A troca de conhecimento e experiências entre os países foi apontada como fundamental para o progresso sustentável no campo da IA.
Recomendações de Políticas para Inteligência Artificial no S20
Um dos pontos altos do evento foi a defesa de regulamentações no uso de inteligência artificial (IA) e a criação de políticas que garantam equilíbrio entre inovação, segurança do emprego e direitos dos trabalhadores. Além da IA, outros quatro eixos temáticos estão presentes no documento final: bioeconomia, processo de transição energética, desafios da saúde e justiça social.
No eixo da inteligência artificial, as principais recomendações do S20 foram enfatizadas: criar políticas em uma economia impulsionada por IA para assegurar a segurança no emprego e os direitos dos trabalhadores. Essas políticas devem ser flexíveis e adaptáveis, fundamentadas em princípios éticos compartilhados, garantindo inovação enquanto reduzem os riscos sociais. Contribuir para estabelecer regulamentações de IA e padrões de governança de dados que beneficiem todos os países de maneira justa e defendam valores humanos. Trabalhar em conjunto para criar e compartilhar grandes conjuntos de dados científicos valiosos e bem curados, respeitando a governança de dados.
Na temática da bioeconomia, a recomendação é que os países do G20 cheguem a um consenso sobre o papel da bioeconomia como uma das estratégias para enfrentar as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade, a pobreza e a saúde humana e não humana.
No processo de transição energética, o documento destaca que os esforços para reduzir as emissões devem se basear no aumento do uso de fontes de energia com baixas emissões, como energias nuclear e renováveis. A combinação varia de um país para outro, avançando para a eliminação progressiva do carvão. A captura, utilização e armazenamento de carbono, juntamente com abordagens baseadas no mercado, como precificação de carbono em escala global, devem ser utilizados para minimizar as emissões de CO2 dos combustíveis fósseis.
No eixo dos desafios da saúde, a recomendação é garantir o acesso global a vacinas, medicamentos e ferramentas de diagnóstico. O evento, com o lema ‘Ciência para a transformação mundial’, foi liderado por Helena Nader, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), que ressaltou a importância de o Brasil estar à frente do processo e buscar reduzir as desigualdades entre os ocupantes do G20. Helena Nader enfatizou a necessidade de pressionar por engajamentos sociais na área de ciência e tecnologia, destacando a relevante participação da China e da África do Sul para promover maior convergência.
Fonte: © CNN Brasil
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