Entrada da Tesla no mercado local impulsionou montadoras a desenvolver sedans de luxo com vantagem global, desafiando fabricantes internacionais.
Publicidade Há quase uma década, durante a análise de alguns sedãs de luxo de uma das principais fabricantes da China, a SAIC Motor Corp., o presidente Xi Jinping proferiu um discurso crucial que impulsionaria a China a liderar o setor de veículos elétricos. O presidente destacou a importância do desenvolvimento de veículos elétricos para fortalecer a indústria automobilística nacional, conforme relatado pela Xinhua em 2014.
Desde então, a China tem avançado rapidamente na produção de carros elétricos e outros veículos eletrificados. A visão de Xi Jinping impulsionou o país a se tornar um dos principais players globais no mercado de veículos elétricos, demonstrando um compromisso contínuo com a inovação e a sustentabilidade no setor automotivo. A indústria de veículos elétricos continua a crescer, refletindo o impacto positivo das políticas e investimentos voltados para a mobilidade elétrica.
Desenvolvimento e Competição Global de Veículos Elétricos
Reivindicar uma vantagem inicial, ou ‘terreno elevado’, neste setor é fundamental para a competição global, afirmou Xi. Em 2014, a China vendeu cerca de 75 mil veículos elétricos e híbridos, com aproximadamente 533 mil carros exportados. O mercado interno era dominado por fabricantes internacionais como a Volkswagen AG e a General Motors Co., que estabeleceram joint ventures com players locais nas décadas de 1980 e 1990. Isso auxiliou a China a evoluir de uma nação que anda de bicicleta para uma nação que conduz automóveis.
Os fabricantes de automóveis nacionais e as marcas que não tinham parcerias estrangeiras eram considerados inferiores e atrasados em termos de motores e outras tecnologias automotivas. Para avançar e enfrentar os desafios ambientais, Pequim investiu em veículos com baixo consumo de combustível e energias alternativas. Uma diretriz publicada em 2012 estabeleceu metas de vendas, subsídios e recursos para a construção de infraestrutura de carregamento, impulsionando o desenvolvimento da indústria.
O discurso de Xi, dois anos depois, destacou a determinação da China em superar as potências automobilísticas tradicionais, como o Japão. Com o cenário preparado, a China precisava de um catalisador para estimular o interesse dos consumidores em veículos elétricos, que inicialmente eram predominantemente carros baratos com autonomia curta. A entrada da Tesla no mercado chinês em 2019 como a primeira montadora estrangeira a operar integralmente no país foi um marco significativo.
A presença da Tesla motivou os fabricantes locais a aprimorarem seus veículos elétricos, oferecendo melhor autonomia. Avançando para 2024, a China se tornou o maior mercado automotivo do mundo, vendendo mais veículos eletrificados do que qualquer outro país, com 9,5 milhões de carros entregues no ano anterior. Além disso, controla a maior parte da cadeia de fornecimento de baterias.
A empresa local BYD Co. superou a Volkswagen como a marca mais vendida na China e ultrapassou a Tesla como o maior produtor global de veículos elétricos. A China também se tornou o maior exportador de automóveis, enviando 4,14 milhões de unidades para o exterior, incluindo 1,55 milhão de EVs ou híbridos plug-in. Os resultados refletem o sucesso das políticas e investimentos de Pequim, embora tenham aumentado as tensões com o Ocidente.
Fonte: @ Info Money