Evento na Alemanha até sexta (26), destaca ações brasileiras em resposta à infecção e à doença, com acesso sustentável para organizações internacionais sem fins lucrativos.
A importância do financiamento para a estabilidade e a sustentabilidade das iniciativas de prevenção do HIV e da aids em todo o mundo foi discutida durante a 25ª Conferência Internacional de Aids. A conferência está acontecendo em Munique, na Alemanha, até sexta-feira (26), e conta com a participação do Brasil, que se destaca em várias frentes no combate à infecção e à doença.
A 25ª Conferência Internacional de Aids aborda questões cruciais sobre sustentabilidade no financiamento da prevenção do HIV e da Aids em todo o mundo. É fundamental garantir recursos adequados para manter as ações eficazes e abrangentes contra a propagação dessas doenças. O evento reúne especialistas, pesquisadores e ativistas para debater estratégias inovadoras e soluções para enfrentar os desafios globais relacionados à saúde.
Conferência Internacional de Aids: Sustentabilidade no Financiamento e Prevenção
Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), enfatizou a importância da abordagem brasileira em relação ao HIV e à aids. Ele destacou que o Brasil é reconhecido globalmente por priorizar as pessoas em suas ações de combate a essas doenças, refletindo o lema da Conferência Internacional de Aids deste ano.
‘Saúde não é uma mercadoria, é um direito. Não se trata apenas de dinheiro, mas sim de direitos humanos’, ressaltou o diretor. Ele também chamou a atenção das fabricantes de antirretrovirais para o alto custo desses medicamentos, que dificulta o acesso das pessoas que vivem com HIV ou aids, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil.
Em sua intervenção, Draurio Barreira defendeu a necessidade de renegociar os valores envolvidos, tornando o tratamento mais acessível e sustentável. Ele enfatizou que os atuais custos são inviáveis para países em desenvolvimento, que precisam encontrar soluções para garantir a continuidade do cuidado à população afetada.
Durante o painel de discussão, Mitchell Warren, diretor-executivo da Aids Advocacy Coalition (Avac), destacou o papel inspirador do Brasil ao oferecer gratuitamente a profilaxia pré-exposição (PrEP). Ele ressaltou a importância do financiamento sustentável para garantir a continuidade dessas iniciativas em todo o mundo.
A representante do Conselho de Prevenção ao HIV para Jovens Mulheres, Ruth Akulu, de Uganda, abordou as desigualdades regionais no financiamento da prevenção ao HIV. Em sua apresentação, ela ressaltou a necessidade de priorizar recursos para combater o HIV e aids, destacando a importância econômica de investir na prevenção.
Ruth Akulu também alertou para a lacuna existente no financiamento dessas ações, enfatizando a necessidade de os governos destinarem mais recursos para essa causa. Ela ressaltou que a prevenção ao HIV não apenas salva vidas, mas também representa uma economia a longo prazo, evitando gastos com tratamentos prolongados.
A sessão incluiu ainda as experiências de diferentes países na sustentabilidade do financiamento da prevenção ao HIV. Tham Tran, representante da Path, compartilhou a abordagem adotada pelo Vietnã na oferta da PrEP, destacando a importância da inovação e da simplificação dos serviços.
Hasina Subedar, do Departamento Nacional de Saúde da África do Sul, apresentou a perspectiva do país em relação à distribuição da PrEP. Ela destacou os avanços realizados desde o início do programa e ressaltou a importância de ampliar o acesso a essa forma de prevenção.
A Conferência Internacional de Aids reuniu representantes de diversas organizações internacionais sem fins lucrativos, que compartilharam experiências e boas práticas para garantir a sustentabilidade no combate ao HIV e à aids em todo o mundo. A troca de conhecimentos e a colaboração entre os países são fundamentais para alcançar avanços significativos nessa área crucial da saúde pública.
Fonte: @ Ministério da Saúde