Investidores aguardam superquarta dos bancos centrais com expectativa na comunicação sobre futuros passos em relação à taxa de juros e inflação.
Os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos tomam decisões importantes sobre os juros nesta quarta-feira (20), um dia crucial. Conhecido como superquarta, esse é o momento em que as autoridades definem as taxas que impactam diretamente a economia, afetando os custos dos empréstimos e os rendimentos das aplicações financeiras.
A taxa de juros é um instrumento fundamental para o controle da inflação e do crescimento econômico. No Brasil, a taxa básica de juros, também conhecida como Selic, é uma referência para os demais juros praticados no mercado. Manter a Selic estável ou alterá-la pode trazer consequências significativas para toda a economia, influenciando o comportamento dos consumidores e das empresas.
Foco nos juros: análise da superquarta e expectativas dos investidores
Esta superquarta é especialmente aguardada pelos investidores, que, mais do que os juros, esperam a comunicação dos bancos centrais sobre os seus passos seguintes. No Brasil, a expectativa do mercado é unânime, conforme 135 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor.
Todas esperam que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central corte a Selic em 0,5 ponto percentual hoje, de 11,25% para 10,75% ao ano. Em relação a prazos mais longos, a mediana das estimativas indica juros em 9% no fim deste ano e em 8,5% no final de 2025.
Expectativas em relação à taxa de juros e Selic
A atividade econômica está mais quente, a inflação ficou mais alta que o esperado e a previsão do mercado para o início dos cortes de juros nos Estados Unidos foi adiada. Se o sinal que tem sido dado desde agosto, de mais duas reduções de 0,5 ponto na Selic, for mantido, o Copom indicará que a Selic deve chegar a pelo menos 9,75%.
Uma alteração nessa indicação, porém, pode ser lida como um grau a mais de cautela do Copom, diante de um conjunto de dados econômicos que piorou. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) também pode mudar a sua comunicação, apesar de deixar os juros no nível onde estão, de 5,25% a 5,50% ao ano.
Influência da taxa de juros e decisões dos bancos centrais
O combo de economia forte e surpresas negativas na inflação alerta para o risco de o Fed reduzir os juros demasiadamente cedo e não alcançar o seu objetivo de manter a inflação sob controle. Contudo, se o banco central americano agir tarde, pode derrubar a economia mais do que o esperado.
Os investidores aguardam o primeiro corte de juros em junho, após Jerome Powell, presidente do Fed, afirmar que as autoridades ‘não estão longe’ de ter a confiança necessária para reduzir as taxas.
O Fed indicou em janeiro que três reduções de 0,25 ponto pecentual nos juros seriam o caminho mais provável para 2024 (além de mais 1 ponto percentual em 2025), mas que precisaria de provas ainda para justificar esse movimento.
Fonte: @ Valor Invest Globo