Crise da AgroGalaxy gera preocupações sobre efeito dominó no setor de insumos agrícolas, afetando 200 produtores rurais, com impacto nos Certificados de Recebíveis e Preços dos Insumos na Safra 22/23.
Uma semana após a AgroGalaxy entrar com pedido de recuperação judicial e levantar dúvidas sobre o cenário do agronegócio brasileiro, a história ganha novos protagonistas que buscam entender as implicações desse evento no mercado agronegócio.
Esse cenário de incerteza no agronegócio pode afetar a produção agro e a economia rural do país, levando a uma reavaliação das estratégias de investimento no setor agrícola. É um momento de reflexão e ajustes para as empresas que atuam nesse mercado, que precisam se adaptar às novas condições para manter a competitividade. A inovação e a tecnologia podem ser fundamentais para superar esses desafios e garantir o crescimento sustentável do agronegócio brasileiro.
O Agronegócio em Crise: Grupo Portal Agro Busca Recuperação Judicial
O Grupo Portal Agro, que atua no mercado de insumos agrícolas desde 2008, entrou com pedido de recuperação judicial na quarta-feira (25). A empresa, que atende cerca de 250 produtores rurais na região de Paragominas, no Pará, tem uma dívida de R$ 700 milhões. Além disso, o grupo detém, em conjunto com a securitizadora Ceres, três Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) no valor total de R$ 122 milhões. Um desses títulos de dívida, no valor de R$ 38,5 milhões, corresponde a 7,2% do patrimônio líquido do Galápagos Recebíveis do Agronegócio, Fiagro da Gestora Galápagos, que tem mais de oito mil cotistas.
Os Principais Devedores do Grupo Portal Agro
Os três maiores devedores do Grupo Portal Agro são as securitizadoras Ceres e Opea, além do Fiagro-FIDC Portal Insumos, voltado para investidores qualificados e gerido pela Milênio Capital Gestão de Investimentos. A situação gera preocupações sobre o momento de dificuldade do Agronegócio no Brasil e levanta dúvidas sobre um potencial efeito dominó no setor.
A Crise no Agronegócio Brasileiro
A crise no Agronegócio brasileiro nos últimos dois anos, caracterizada pela alta dos preços dos insumos e pela queda dos preços das commodities agrícolas, foi apontada como a principal causa do pedido de recuperação judicial do Grupo Portal Agro. Em 2022, com a alta nos preços dos insumos, o grupo recorreu à securitizadora Opea para emitir, via mercado de capitais, Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) para captar recursos para financiar o plantio da safra 22/23 dos 250 produtores rurais da região de Paragominas, no Pará.
Os Prejuízos da Safra 22/23
No entanto, alega a decisão, o grupo foi ‘surpreendido’ pela queda dos preços das commodities na referida safra 22/23, em meio ao abastecimento dos estoques de grãos a nível internacional, o que resultou em despesas elevadas e ‘péssima’ rentabilidade. Isso ocasionou alta inadimplência entre os produtores rurais clientes do Grupo Portal Agro, e apenas parte deles promoveu renegociações de suas dívidas.
A Busca por Financiamentos
Diante dos atrasos no pagamento por parte dos produtores rurais, o grupo decidiu buscar financiamentos junto a outras instituições financeiras em 2022 e 2023 na tentativa de cobrir os prejuízos da safra 22/23. Além dos CRAs emitidos em conjunto com a Opea, e em meio à crise financeira já instalada no grupo, o Portal Agro recorreu a uma outra securitizadora, a Ceres, que emitiu novos CRAs no mercado para tentar financiar a safra 23/24.
Os Prejuízos da Safra 23/24
Durante a colheita da safra 23/24, porém, houve períodos de chuva em quantidade maior do que o esperado, o que provocou prejuízos à empresa, uma vez que as lavouras não foram colhidas. Além das perdas nas lavouras, houve prejuízos no processo de secagem devido às filas, perda de peso nos silos e desvalorização dos grãos por não atenderem aos critérios mínimos de qualidade.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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