Representantes do Itaú se reuniram com a área-técnica da CVM no último fim de semana. Caso pode ter desdobramentos no mercado-capitais.
A área técnica da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deve abrir um processo administrativo para investigar as denúncias do Itaú Unibanco contra o ex-CFO Alexsandro Broedel e o especialista em contabilidade Eliseu Martins, um dos mais renomados do país. A decisão deve acontecer nos próximos dias, de acordo com o que foi divulgado recentemente. A CVM tem o objetivo de proteger os investidores e garantir a transparência e a correta aplicação das leis no mercado financeiro.
Além disso, a CVM também deve investigar possíveis irregularidades na gestão contábil da empresa, o que pode afetar a confiança dos investidores e a estabilidade do mercado. A investigação deve ser feita com cuidado e transparência, garantindo que todos os envolvidos tenham acesso à justiça e que a verdade seja revelada. A CVM é responsável por supervisionar e regular o mercado financeiro, garantindo que as empresas atuem de forma ética e transparente.
Itaú alerta CVM sobre mercado em tempo real
O Banco Itaú enviou representantes para a área-técnica da CVM, autarquia que regula o mercado-capitais, na sexta-feira (6). O objetivo era discutir possíveis impactos de mercado com o caso do ex-CFO, que pode gerar consequências na área financeira em breve.
A expectativa é que, como a empresa é aberta e o caso pode afetar o mercado de capitais, a CVM abra o processo administrativo rapidamente, provavelmente até terça-feira, segundo o Valor. Esse processo é uma etapa de investigação em que a CVM questiona o banco sobre as acusações.
Nessa análise inicial, que não tem prazo para ser concluída, a CVM ouve representantes da empresa, requisita documentos internos e pode pedir acesso ao processo judicial.
Se existirem elementos probatórios, é aberto o chamado processo administrativo sancionador, que apura e julga eventuais infrações às normas do mercado de valores mobiliários.
A CVM não precisa ser acionada por nenhuma das partes envolvidas para dar início às apurações e pode agir de ofício se identificar eventuais crimes ou infrações à legislação societária ou às suas próprias normas, explicaram advogados societários.
O banco protocolou na sexta-feira (6), no Tribunal de Justiça de São Paulo, uma ação civil contra Broedel e Martins após identificar uma sociedade e transferências de recursos entre ambos que teriam beneficiado financeiramente o ex-executivo da instituição financeira.
Segundo a investigação do Itaú, o ex-CFO teria obtido contratos da empresa de Martins por uma engenharia financeira que passava por outras empresas, recebendo parte do valor dos contratos.
Em assembleia de acionistas na quinta-feira (5), o banco decidiu solicitar a anulação das aprovações de contas do ex-CFO e ainda quer responsabilizar o executivo e o fornecedor nas esferas administrativa e judicial.
Para um advogado com experiência na área societária, é possível que o processo administrativo não demore a avançar uma vez que o Itaú iniciou a própria apuração, além de ter convocado a assembleia de acionistas e acionado a Justiça.
Procurada, a CVM informou que acompanha e analisa informações e movimentações envolvendo companhias abertas, tomando as medidas cabíveis, sempre que necessário. A autarquia não comenta casos específicos.
Desde o início das investigações, o Itaú fez três comunicações ao Banco Central. O regulador deve abrir procedimento administrativo e levar o caso à esfera criminal por meio do Ministério Púbico Federal. Haveria indícios de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e associação criminosa, segundo fonte a par das apurações.
Conteúdo originalmente publicado pelo Valor Investe, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico.
Fonte: @ Valor Invest Globo