Actor e influencer falou sobre “Todo Chapéu Me Lembra Você”: espetáculo que traz luta da identidade LGBTQIAPN+, essência do amor e representação de personagens no teatro, desafia superficialidade. Gestor Maurício, Kino, Vinícius Yamada entre os envolvidos. Lutas contra preconceito e stereotipos em grande mídia. Personagens LGBTQIA+ nas artes e mídia sofreram diminuição, agora temos uma oportunidade de discutir isso. #TodoChapéu #RepresentaçãoLGBTQIA+ #LutaContraPreconceito #ArtesEmMídia
O ator e influenciador Carmo Dalla Vecchia, de 53 anos, está se dedicando a um novo projeto na área, que aborda a importância da paternidade e as batalhas enfrentadas pela comunidade homossexual: a peça Todo Chapéu Me Lembra Você, que terá sua estreia em São Paulo nesta sexta-feira (17).
Neste espetáculo, Carmo busca explorar a complexidade da paternidade e as experiências únicas vividas pela comunidade LGBTQIAPN+. A peça promete trazer à tona questões profundas sobre identidade e aceitação, convidando o público a refletir sobre a diversidade e o amor incondicional. Além disso, a obra também destaca a importância do respeito e da inclusão, celebrando a diversidade em toda a sua essência.
Reflexões sobre a paternidade homossexual na mídia LGBTQIAPN+
Em uma entrevista recente ao podcast Gay Blog Br, Carmo mergulhou não apenas no conteúdo do espetáculo, mas também na representação de personagens LGBTQIA+ nas artes e na mídia. O ator gaúcho, reconhecido por sua versatilidade artística que abarca atuação, modelagem e fotografia, compartilhou suas reflexões com o gestor cultural Maurício Kino e o editor-chefe Vinícius Yamada. Carmo enfatizou a importância de desafiar os estereótipos ainda presentes na mídia, criticando a superficialidade com que personagens queer são muitas vezes retratados.
Desconstruindo papéis estereotipados e desafiando a superficialidade
‘Normalmente, só posso aparecer se for engraçado, divertido e me fizer rir. Se for engraçado, se for divertido, se me fizer rir, eu permito sua existência, mas não vai rolar beijo na boca, ok? Beijo na boca está fora de questão. […] Vejo tantas pessoas homossexuais como eu por aí’, expressou Carmo.
Ele levantou a questão de nunca ter visto uma narrativa sobre dois homens sem que a temática homossexual fosse central, destacando a necessidade de explorar outras facetas dessas relações. ‘E quando temos, é aquele beijinho no escuro, escondido atrás de uma trepadeira, quase para não chocar a dona de casa, né?’, refletiu.
Desmistificando a paternidade homossexual e desafiando preconceitos
Carmo também abordou a representação de papéis estereotipados para LGBTQIAPN+ na grande mídia, questionando a ideia de que a audiência não estaria pronta para tais narrativas. ‘Acho triste as pessoas terem que debater sobre esse assunto. Acredito que em breve, as pessoas perceberão o quão mesquinhas foram ao não contribuir para a redução do preconceito’, acrescentou.
Além disso, o ator, autodenominado ‘o viado da família brasileira’ e cada vez mais influente em suas redes sociais, compartilhou sua experiência com a paternidade. Com seu filho Pedro, fruto de seu casamento com o autor de novelas João Emanuel Carneiro, Carmo destacou a importância de um homem homossexual discutir o desenvolvimento infantil saudável. ‘Acho que é extremamente relevante, especialmente para nossa comunidade, um viado falando e opinando sobre esse tema. É uma conquista para todos nós’, afirmou.
Desafios e conquistas da paternidade homossexual
Brincando sobre seu papel em eventos sociais, Carmo mencionou: ‘Eu digo que sou a mulher da relação. Quando vamos a um jantar, eu me junto às mulheres e ele geralmente aos homens. Eles falam de economia, história, enquanto eu abordo a educação infantil. Às vezes elas me olham surpresas e dizem: ‘Como esse menino sabe disso que eu ainda não sei?’. Eu brinco que tenho que ser muito viado para ter melasma na gravidez. Tive melasma quando meu filho nasceu, no meio da testa. Só quem tem melasma é mulher. Ou seja, hormonalmente criei algo no meu corpo que fui tão viado, mas tão viado, que desenvolvi um hormônio que geralmente só mulheres têm. Durante a gravidez, fui além.’
Essas reflexões de Carmo destacam a importância de desafiar estereótipos, promover representatividade e discutir abertamente a paternidade homossexual, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e acolhedora.
Fonte: © Revista Quem
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