Temperatura e volume do oceano afetam animais marinhos; topografia do substrato, exposição às ondas e abundância de água são fatores ecológicos.
O Morro dos limões, localizado na Baía de Santos, é um ponto de referência importante para a biodiversidade marinha. A temperatura do oceano e a quantidade de água doce que deságua no mar são elementos que podem afetar o tamanho dos animais marinhos que habitam essa região.
A diversidade de tamanhos dos organismos marinhos presentes nessa área é um reflexo da complexidade do ecossistema marinho. O tamanho dos animais marinhos pode variar significativamente de acordo com as condições ambientais, demonstrando a importância de se estudar a influência do ambiente marinho no desenvolvimento dessas espécies.
Estudo revela a influência de fatores ecológicos e ambientais no tamanho dos animais marinhos
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (Unifesp), em colaboração com colegas da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (Cebimar-USP) e de instituições de pesquisa internacionais, analisou a relação entre fatores ecológicos e ambientais e o tamanho dos organismos marinhos. A pesquisa, publicada na revista Marine Environmental Research e divulgada pela Agência Fapesp em julho, investigou como a topografia do substrato, a exposição às ondas e a temperatura do oceano e do ar influenciam a estrutura populacional das principais espécies de animais em costões rochosos.
A área de estudo abrangeu mais de 800 km, desde Itanhaém, no litoral paulista, até Armação dos Búzios, no Rio de Janeiro. Os pesquisadores observaram que em regiões sob influência de águas mais frias, como a região dos Lagos, no Rio de Janeiro, os animais marinhos podem ser até 100% maiores do que os encontrados em áreas mais quentes, como o litoral paulista.
Para chegar a essa conclusão, foram coletados dados em mais de 60 costões, garantindo que todos os indicadores estivessem sujeitos ao mesmo regime de estação climática. Além disso, foram realizados experimentos para avaliar como as mudanças climáticas podem afetar a predação entre as espécies marinhas.
O estudo também incluiu etapas de sensoriamento remoto e modelagem para monitorar a temperatura do oceano, a descarga de água doce por rios na zona costeira e a força das ondas. Os pesquisadores descobriram que a maioria das espécies avaliadas tende a ser menor em áreas de água mais quente, com diferenças significativas no tamanho de animais filtradores, carnívoros e herbívoros.
Uma das explicações para essa variação está relacionada ao tempo de maturidade sexual dos animais, que tendem a ser menores em águas mais quentes devido ao investimento precoce na reprodução. Além disso, a região dos Lagos pode ser influenciada por um processo de ressurgência, que fornece nutrientes do fundo do oceano, enriquecendo a água e beneficiando a cadeia alimentar.
Os pesquisadores destacaram a importância de compreender como os fatores ecológicos e ambientais afetam o tamanho dos organismos marinhos, ressaltando a necessidade de monitorar e proteger esses ecossistemas diante dos desafios das mudanças climáticas.
Fonte: @ Terra
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