A promessa de limpar 80% da baía até 2016 ainda distante. Leilão da Cedae em 2021 e investimento na despoluição trazem primeiros resultados.
Com a implementação de ações de despoluição, os eventos esportivos de 2016 transcorreram sem grandes transtornos, porém as garantias feitas na época foram rapidamente esquecidas. A presença de animais marinhos e a qualidade das águas para recreação têm se tornado mais frequentes recentemente em locais como a Praia de Copacabana, que passou por um processo intenso de despoluição.
Além disso, a limpeza e o saneamento das praias cariocas têm sido prioridades para as autoridades locais, visando a purificação das águas e a melhoria da qualidade de vida dos moradores e visitantes. A conscientização da população sobre a importância da despoluição é fundamental para garantir um ambiente saudável e sustentável para as gerações futuras. medidas
Despoluição: Um Compromisso com o Futuro
Águas do Rio tem como meta a universalização do esgotamento sanitário até 2033, abrangendo a coleta e tratamento do esgoto de 90% da população. O investimento estimado é de R$ 12 bilhões, visando evitar que mais de 1,3 bilhões de litros de esgoto sejam despejados diariamente no ecossistema. Com essas medidas, praias outrora poluídas estão se tornando adequadas para banho, permitindo o retorno da vida marinha.
Os primeiros sinais de resultados do processo de despoluição da Baía de Guanabara começaram a surgir recentemente, oito anos após os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Em particular, o legado olímpico é relembrado, destacando o fracasso do projeto olímpico e o impacto do leilão da Cedae no início da recuperação da Baía de Guanabara. O objetivo é alcançar 90% da população com coleta e tratamento de esgoto até 2033, 17 anos após o prazo estabelecido.
O projeto olímpico brasileiro tinha como foco transformar a cidade por meio do evento, com a despoluição da Baía de Guanabara sendo o principal legado das Olimpíadas para os cariocas. A meta era despoluir pelo menos 80% da Baía de Guanabara, porém, esse objetivo nunca foi atingido. Cinco anos após os Jogos do Rio, constatou-se que a qualidade da água havia piorado e as promessas não foram cumpridas.
O Programa de Despoluição da Baía da Guanabara (PDBG) foi iniciado em 1994. Em 2009, quando o Rio foi escolhido como sede olímpica, o projeto original já estava paralisado há dois anos. Na época, o governo enfrentou dificuldades para construir a rede coletora de esgoto que ligaria as residências às novas estações de tratamento.
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), em 2022, as estações de tratamento de esgoto do PDBG operavam apenas com 33,98% de sua capacidade inicial. Para as Olimpíadas de 2016, foram instaladas ecobarreiras nos rios que deságuam na Baía, com o intuito de conter o lixo antes de chegar ao corpo hídrico. Além disso, ecobarcos foram utilizados para recolher resíduos flutuantes.
Essas ações resultaram em avanços limitados, sem a eficácia necessária para garantir a despoluição. Os ecobarcos não conseguiam lidar com a quantidade de lixo nos rios, e as ecobarreiras se romperam várias vezes durante chuvas intensas. Embora tenham contribuído para a coleta de lixo superficial, tais investimentos não tiveram impacto significativo na despoluição da Baía como um todo.
Especialistas apontam que o maior problema do projeto relacionado às Olimpíadas foi a falta de tratamento dos rios, uma vez que as obras de saneamento básico foram consideradas medidas paliativas. A busca por soluções eficazes e duradouras para a despoluição continua sendo um desafio, exigindo a implementação de medidas mais abrangentes e sustentáveis.
Fonte: © G1 – Globo Mundo