Analistas preveem poucas mudanças com eleição de novo presidente iraniano mais reformista.
O regime político que predomina no Irã é singular em escala global, sendo uma república islâmica, onde uma combinação de magistratura e teocracia xiita coexiste com estruturas republicanas, votações regulares e um conselho de líderes religiosos que detém a decisão final sobre os assuntos mais cruciais da nação.
Nesse cenário, a organização política do Irã se destaca pela sua forma de governo peculiar, que reflete a influência da religião na esfera pública. O sistema político do país é marcado pela interação entre as autoridades seculares e os líderes religiosos, resultando em uma dinâmica complexa e única no contexto internacional.
Regime Político no Irã: Análise e Perspectivas
Sob a liderança do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, desde 1989, o Irã enfrenta um cenário de transição com a morte do presidente Ebrahim Raisi. A dinâmica política do país, com suas instituições sólidas e regras bem estabelecidas, levanta questionamentos sobre a possibilidade de mudanças significativas no regime político.
A eleição iminente do novo chefe do Executivo, dentro do prazo de 50 dias, segundo o líder supremo, Mohammad Mokhber, como chefe de Estado interino, traz reflexões sobre o futuro do regime iraniano. Especialistas como Bernardo Kocher e Bruno Lima Rocha destacam a continuidade como tendência, mesmo diante da perspectiva de um presidente mais reformista.
Kocher enfatiza a estabilidade das instituições iranianas, ressaltando que mudanças pontuais não devem impactar a essência do regime. Por outro lado, Rocha aponta a dificuldade de alterações significativas, especialmente na política externa do Irã, independentemente do viés ideológico do governo.
Com uma população de aproximadamente 88 milhões de habitantes, o Irã se destaca como um importante player global, especialmente no setor petrolífero e em indústrias estratégicas. A complexidade do regime político, que envolve o Executivo, o Parlamento, o Judiciário, o Conselho dos Guardiões e a Assembleia dos Especialistas, reflete a diversidade e a estruturação do sistema político iraniano.
O Conselho dos Guardiões, responsável por interpretar a Constituição e garantir a conformidade das leis com os preceitos islâmicos, juntamente com a Assembleia dos Especialistas, que elege o líder supremo, são peças-chave na organização política do país. A presença de cadeiras reservadas para minorias étnicas e religiosas no Parlamento evidencia a busca por representatividade e inclusão no cenário político iraniano.
Diante desse contexto, a figura do líder supremo se destaca como o ponto central de poder, com influência decisiva na condução do país. Seja vetando candidatos ou definindo diretrizes políticas, o líder supremo exerce um papel fundamental na estabilidade e continuidade do regime político iraniano.
Fonte: @ Agencia Brasil