Antônio Penteado Mendonça, presidente da Academia Paulista de Letras, destaca literatura como antídoto para crise educacional e a falta de prática essencial no ensino brasileiro.
A questão da leitura nos cursos de Direito no Brasil tem sido motivo de preocupação há anos. Dados recentes apontam que muitas instituições enfrentam desafios quanto à formação acadêmica dos estudantes, incluindo a falta de estímulo à leitura crítica e aprofundada.
É fundamental que a leitura de livros jurídicos seja incentivada desde o início da graduação. A relação entre a qualidade da formação dos futuros advogados e a prática da leitura assídua é essencial para garantir um ensino de excelência.
Leitura: A Solução para a Crise Educacional no Brasil
De acordo com informações da Fundação Getúlio Vargas, a crise educacional no Brasil reflete-se nos altos índices de reprovação, chegando a 80% na prova da Ordem dos Advogados do Brasil. Muitos candidatos enfrentam, em média, quatro tentativas até obterem a aprovação tão almejada.
Antonio Penteado Mendonça, renomado advogado e presidente da Academia Paulista de Letras, analisa que a qualidade dos cursos de Direito é comprometida pela ausência de uma prática fundamental: a leitura. Ele destaca que a falta de habilidade na interpretação de textos é um obstáculo histórico que remonta a séculos atrás.
Em suas reflexões, Antonio salienta a importância da leitura como meio de superar os desafios enfrentados no cenário educacional brasileiro. Ele destaca a época em que cursava Direito, na década de 70, e já identificava a urgência de incluir aulas de português nas graduações, evidenciando a deficiência no domínio da língua.
A Importância da Leitura para os Estudantes de Direito
O presidente da Academia Paulista de Letras compartilha experiências que evidenciam a falta de conhecimento básico em português entre profissionais do Direito, o que compromete a comunicação e a prática jurídica. Ele alerta para o risco de ler sem compreender plenamente o significado das palavras, citando exemplos que revelam lacunas preocupantes.
Antonio enfatiza que a era digital, embora proporcione acesso facilitado à informação, não substitui a profundidade e a reflexão proporcionadas pela leitura. O hábito de copiar e colar conteúdos, comum na atualidade, é apontado como um obstáculo adicional para o desenvolvimento intelectual.
A Transformação Através dos Livros
Para Antonio, a solução para os desafios enfrentados pelos estudantes de Direito é clara: a imersão na leitura. Ele destaca a necessidade de familiaridade com a legislação e a ampliação da cultura geral por meio da leitura de diversos gêneros literários.
O advogado ressalta que a literatura contribui não apenas para a formação acadêmica, mas também para o desempenho profissional dos futuros juristas. Criar narrativas convincentes, fundamentadas na lei e na história, requer um repertório robusto adquirido através da leitura constante.
Antonio encoraja os estudantes a explorarem diferentes obras, desde poesias e romances até textos históricos e teatrais, a fim de enriquecer sua bagagem cultural e ampliar sua capacidade de argumentação e interpretação no universo jurídico. Através dos livros, é possível conectar-se com conhecimentos atemporais que continuam a influenciar o Direito contemporâneo.
Fonte: © Migalhas