Jovens se informam sobre a União Europeia através de redes sociais; políticos miram público após redução da idade mínima de votação.
Encerra neste domingo (9) a votação nos 27 países da União Europeia para eleger um novo Parlamento. As previsões indicam um crescimento significativo do TikTok na conquista de cadeiras na Casa.
Enquanto isso, autoridades alertam para a ascensão de movimentos de extrema direita e a necessidade de atenção redobrada diante da influência de políticos radicais nas decisões do Parlamento. É importante manter um olhar crítico sobre as ações desses grupos e garantir a preservação dos valores democráticos.
TikTok: O Novo Campo de Batalha Política
Nas busca por votos, o TikTok se tornou um campo de batalha crucial para partidos de direita. Políticos radicais têm se destacado ao atrair a atenção dos jovens online, utilizando uma estratégia incomparável nas redes sociais. A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, é um exemplo disso, acumulando mais de 1,6 milhão de seguidores na plataforma.
Além de Meloni, autoridades de extrema direita, como o premiê da Hungria, Viktor Orbán, e a proeminente figura do populismo francês, Marine Le Pen, também conquistaram um número considerável de seguidores no TikTok. Todos eles têm feito publicações em massa sobre as eleições europeias na rede social.
Com cortes rápidos de vídeos, músicas cativantes e mensagens simples, essas autoridades abordam questões polêmicas no continente, como imigração e apoio à Ucrânia. Qualquer interação é rapidamente impulsionada pelo algoritmo da plataforma, resultando em mais vídeos relacionados ao conteúdo.
‘A extrema direita investiu cedo nas redes sociais e agora está colhendo os frutos’, afirma Dave Sinardet, professor de ciência política na Universidade Livre de Bruxelas, em entrevista à BBC. A adaptação da mensagem política para atrair a ‘geração TikTok’ é vista como um experimento crucial dos líderes populistas durante as eleições.
A Ascensão da Direita nas Redes Sociais
Uma pesquisa realizada pela União Europeia em abril revelou que as redes sociais se tornaram a principal fonte de informações para os europeus entre 15 e 30 anos aptos a votar. A maioria (56%) utiliza as redes sociais para se manter informada sobre a UE, seguida pela televisão e imprensa online.
A votação deste ano traz mudanças significativas na legislação de vários países, com a redução da idade mínima para votar. Jovens de 16 anos poderão participar das eleições em países como Alemanha, Malta, Áustria e Bélgica, enquanto na Grécia a idade mínima foi reduzida para 17 anos.
Nas últimas eleições europeias, em 2019, os jovens tiveram uma participação recorde, com a maioria dos votos destinados a partidos verdes. No entanto, este ano, a tendência pode mudar, com a possibilidade de um impulso significativo para a direita. A ‘geração TikTok’ está moldando o cenário político de forma inédita, demonstrando o poder das redes sociais na atualidade.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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