Trombose venosa profunda e tromboembolismo venoso são riscos aumentados por longos trajetos e condições de saúde prévias, segundo a Sociedade Brasileira de Trombose.
A trombose é uma condição grave caracterizada pela formação de um coágulo sanguíneo dentro de uma veia, que pode bloquear parcial ou totalmente o fluxo de sangue. Esse coágulo, também conhecido como trombo, pode se formar devido a vários fatores, incluindo imobilização prolongada, lesões, cirurgias, câncer, gravidez e obesidade.
Quando esse trombo se solta e viaja pelo sistema circulatório, pode causar uma embolia pulmonar, que é uma condição potencialmente fatal. A embolia pulmonar ocorre quando o coágulo sanguíneo chega aos pulmões e bloqueia a circulação de sangue, levando a sintomas como falta de ar, dor no peito e tosse com sangue. A trombose é uma condição que exige atenção médica imediata, já que pode ser fatal em até 30% dos casos. É importante estar ciente dos fatores de risco e dos sintomas para buscar ajuda médica rapidamente.
Prevenção e Tratamento da Trombose
A Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia estima que no Brasil ocorrem cerca de 200 mil episódios de trombose todos os anos. A International Society on Thrombosis and Haemostasis alerta que uma em cada quatro pessoas morre devido a doenças derivadas da trombose anualmente. É importante lembrar que viagens longas estão associadas a um maior risco de trombose e embolia.
Isso ocorre porque a imobilidade durante os longos percursos interfere no fluxo sanguíneo venoso das pernas. Além disso, a pressão exercida pelo assento na área poplítea tende a agravar a estase venosa, que é o acúmulo de sangue nas veias. No caso específico do transporte aéreo, as condições de cabine, como a hipóxia hipobárica ou de altitude, podem contribuir para a formação de coágulos.
Fatores de Risco e Sintomas
O tromboembolismo venoso ocorre especialmente em voos de mais de quatro horas e nos indivíduos com fatores preexistentes, como distúrbios de coagulação, uso de estrogênio, obesidade, gravidez, cirurgia ou trauma recente, consumo abusivo de álcool, remédios para dormir e histórico de trombose. Sintomas como inchaço, vermelhidão e desconforto no local, além de sensação de peso na perna afetada, aumento da temperatura local e veias superficiais dilatadas, podem indicar trombose venosa profunda. Em algumas situações, há febre leve.
Já sintomas como falta de ar intensa e súbita, dor torácica ou hemoptise (tosse com sangue) são indicativos de embolia pulmonar. A incidência de trombose nas pernas é maior em comparação com outras partes do corpo. Geralmente se inicia nas veias da panturrilha, mas pode se estender para as veias proximais, aumentando exponencialmente a chance de embolia pulmonar.
Tratamento e Prevenção
O tratamento clínico da trombose visa prevenir a embolia pulmonar e outras complicações. A terapia principal consiste em ministrar anticoagulantes, iniciando com os injetáveis (heparina) com transição para os medicamentos orais. Eles normalmente são mantidos entre três e seis meses, mas a duração pode ser estendida, dependendo de condições subjacentes, como câncer ou trombofilias hereditárias.
Já em casos de instabilidade hemodinâmica (desequilíbrio do sistema circulatório) ou risco elevado de embolia, o médico deve sugerir a trombólise: injeção de substância para dissolver o coágulo e restaurar o fluxo sanguíneo. Ou ainda a colocação de um filtro na veia cava inferior para evitar sua progressão.
Durante as viagens longas, calçar meias elásticas de compressão graduada é indicado para aqueles mais suscetíveis, mas o uso das meias requer orientação para não haver garroteamento dos membros. Exercícios de alongamento e a manutenção de uma posição confortável durante o voo também podem ajudar a prevenir a trombose.
Fonte: @ Veja Abril