Na reunião da Dicol da Anvisa, discutiu-se o potencial dos aparelhos, a redução do tabagismo e o aumento de impostos para políticas antitabagistas.
Via @jornaloglobo | Durante o encontro de hoje, a Diretoria Colegiada (Dicol) da Anvisa decidiu, de forma unânime, manter a proibição dos cigarros eletrônicos em território nacional. A medida visa proteger a saúde pública e controlar o uso desses dispositivos que podem representar riscos à sociedade.
A decisão da Anvisa reafirma a posição de que os vapes e outros aparelhos similares não serão permitidos para comercialização ou uso no país. É essencial conscientizar a população sobre os possíveis danos à saúde associados ao uso desses dispositivos. O controle rígido dos cigarros eletrônicos é fundamental para preservar o bem-estar de todos.
O potencial dos cigarros eletrônicos apesar da proibição
Especialistas consultados pelo GLOBO elogiaram a decisão recente, destacando o potencial dos cigarros eletrônicos em criar dependência em indivíduos que nunca usaram o cigarro tradicional, especialmente os mais jovens, e em reverter o importante progresso do Brasil na redução do tabagismo. A medida foi recebida com entusiasmo por profissionais da saúde, como a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, e o vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Cláudio Maierovitch.
Impacto das políticas antitabagistas na redução do tabagismo
Cláudio Maierovitch, ex-presidente da Anvisa, enfatizou a importância das políticas antitabagistas implementadas no Brasil, que levaram o país a ser um exemplo global no combate ao cigarro convencional. Com um histórico de queda na prevalência do tabagismo ao longo dos anos, indo de 34,8% da população adulta fumante em 1989 para cerca de 9% a 10% em anos mais recentes, o Brasil se destacou por adotar medidas como aumento de impostos e proibição da publicidade.
Aumento do consumo de vapes e aparelhos eletrônicos
Apesar do progresso no controle do tabagismo, a popularidade dos cigarros eletrônicos tem crescido. Dados do Ipec apontam que em 2023 cerca de 2,9 milhões de adultos no Brasil usavam os aparelhos, em comparação com menos de 500 mil quatro anos antes. Essa tendência preocupa especialistas, como a diretora-geral da ACT, Mônica Andreis, que ressaltou os riscos à saúde associados aos vapes, especialmente para jovens e não fumantes. Evidências já apontam danos pulmonares e cardiovasculares decorrentes do uso desses dispositivos, muitas vezes de forma mais acelerada do que o tabagismo convencional.
Impacto da proibição dos cigarros eletrônicos
A proibição dos cigarros eletrônicos no Brasil representa um passo significativo na proteção da saúde pública, alinhando-se com as diretrizes da OMS e mantendo o país como referência no controle do tabagismo. Especialistas destacam a importância de restringir o acesso a esses produtos, visando preservar os avanços conquistados na redução do tabagismo e proteger a população, especialmente os mais vulneráveis, dos riscos associados aos vapes e aparelhos eletrônicos.
Fonte: © Direto News
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