PF prende ex-ministro na manhã de sábado em uma operação de busca, parte de um inquérito que aponta Organização criminosa.
Em um desdobramento recente, a Polícia Federal prendeu na manhã de sábado, 14, o ex-ministro da Casa Civil e Defesa Walter Souza Braga Netto. Ele é indiciado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, conforme apurado pelas autoridades.
Tentativa de golpe de Estado é um termo que ganhou notoriedade após as eleições de 2022, quando Braga Netto, general cinco estrelas da reserva do exército, concorreu como candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL). A prisão de Braga Netto reacendeu debates sobre a possibilidade de plano golpista e a ameaça à democracia. Golpe autoritário é uma expressão que resume a gravidade das acusações contra o ex-ministro e outros envolvidos.
Desdobramento do Golpe de Estado
O general da reserva Walter Braga Netto foi preso em uma operação da Polícia Federal na manhã de sexta-feira. Ele foi um dos principais articuladores do plano golpista, conforme apontado no inquérito, e é acusado de tentativa de Golpe de Estado e formação de organização criminosa. O ex-ministro de Jair Bolsonaro também foi indiciado, junto com outras 34 pessoas, pelo mesmo crime. A prisão de Braga Netto ocorreu após a Polícia Federal expedir um mandado de prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão e uma medida cautelar.
O inquérito, que tem mais de 800 páginas, descreve Braga Netto como um dos líderes do grupo que planejava o Golpe de Estado. Ele faria parte do núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe e do núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos. Além disso, o general da reserva teria coordenado ataques a generais do Alto Comando do Exército que se recusavam a participar da tentativa de golpe. Ele também teria orientado a disseminação de mensagens de apoio a militares que se alinhavam ao plano golpista.
Investigação e Acordo de Colaboração
A investigação apontou que uma reunião foi realizada no dia 12 de novembro de 2022 na casa do general Walter Braga Neto, em meio a um suposto planejamento para o assassinato do então presidente-eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A participação do general foi confirmada por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Durante uma operação de busca e apreensão na sede do PL, a PF localizou um documento que seria um ‘guia de perguntas e respostas’ sobre a delação de Mauro Cid.
O material estava na mesa do coronel Flávio Peregrino, assessor de Braga Netto na época, que ocupava um cargo no partido. Em nota, divulgada na época do indiciamento, Braga Netto afirmou que ‘nunca se tratou de golpe e muito menos de plano de assassinar alguém’ e que ‘sempre primou pela correção ética e moral na busca de soluções legais e constitucionais’.
Envolvimento de Outras Autoridades
O inquérito também aponta que o general Augusto Heleno, que é um dos líderes do grupo, planejava a criação de um gabinete vinculado à Presidência da República após a consumação do Golpe de Estado. Esse gabinete, composto majoritariamente por militares e alguns civis, teria a função de assessorar o então presidente Jair Bolsonaro em um novo regime autoritário. Além disso, o ex-presidente Jair Bolsonaro também foi indiciado pelo crime de tentativa de Golpe de Estado e formação de organização criminosa.
A investigação ainda aponta que o general da reserva buscou informações sobre o ‘acordo de colaboração’ do tenente-coronel Mauro Cid por meio dos pais do militar. A PF afirmou que a prisão de Braga Netto ocorreu porque ‘indivíduos estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal’. O inquérito será enviado à Procuradoria Geral da República, que decidirá se apresentará denúncia ou não contra os indiciados perante a Corte.
Fonte: © Direto News