Jorge Guaranho é acusado de homicídio duplamente qualificado, com prisão domiciliar no Complexo Médico Penal, com monitoramento eletrônico e tratamento médico em condições adequadas.
Em uma decisão recente, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná autorizou a prisão domiciliar do ex-policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, que foi condenado pelo assassinato do guarda municipal e militante petista Marcelo Arruda em julho de 2022, em Foz do Iguaçu. Essa medida foi tomada após o julgamento de um recurso apresentado pela defesa do ex-policial.
A decisão de autorizar a prisão domiciliar de Jorge Guaranho foi tomada após uma análise cuidadosa do caso, levando em consideração a necessidade de garantir a segurança pública e a justiça. No entanto, é importante notar que a detenção domiciliar não é sinônimo de liberdade, pois o ex-policial ainda estará sujeito a restrições e monitoramento. A justiça deve ser feita, e a reclusão domiciliar é uma medida que busca equilibrar a punição com a necessidade de ressocialização.
Decisão Judicial em Caso de Homicídio Duplamente Qualificado
O júri de Guaranho está agendado para fevereiro de 2025, em Curitiba. Ele é acusado de homicídio duplamente qualificado, um crime que gerou grande repercussão devido ao seu contexto político. Os juízes de segunda instância entenderam que o Complexo Médico Penal (CMP), onde Guaranho está em prisão preventiva desde agosto daquele ano, não oferece condições adequadas para o réu, que também foi atingido por tiros naquele dia.
O desembargador substituto Benjamim Acácio de Moura e Costa destacou que a prisão está ‘agravando a situação física dele’. ‘Ele está com um projétil no cérebro e, dentro de uma cadeia, ele não tem perspectiva nenhuma de quem sabe um dia encontrar um neurologista que consiga [resolver isso]’, disse. A decisão também recebeu o aval dos desembargadores Sergio Luiz Patitucci e Telmo Cherem.
Guaranho terá monitoramento eletrônico e só poderá se ausentar do domicílio para tratamento médico. Além disso, fica proibido de manter contato com qualquer pessoa ou testemunha relacionada à ação penal. Procurado, o Ministério Público informou que ainda não foi intimado da decisão. ‘Quando for, vai analisar para decidir se recorrerá’, disse.
Reações à Decisão Judicial
‘Me causa estranheza e espero que esta decisão seja revertida. A cadeia é o lugar onde este rapaz merece estar’, disse Leonardo Arruda, filho da vítima. Ao analisar o recurso do réu, Acácio chegou a avançar no mérito do caso, afirmando que ‘não afasto em hipótese alguma a legítima defesa’. ‘Eu iria até mais longe: para mim, é o típico caso de trancamento da ação penal. Porque é evidente que era matar ou morrer’, disse o magistrado.
A vítima que morreu é uma pessoa arrojada, um ser humano violento, talvez tanto quanto o réu’, continuou. Em maio do ano passado, ao conceder um habeas corpus a outro réu por homicídio, Acácio disse que a vítima era uma pessoa de ‘má qualidade’, em uma decisão que na época ganhou repercussão nacional.
O Crime e suas Consequências
O crime em Foz, registrado por câmeras de segurança, aconteceu quando Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anos com a família e amigos em uma festa temática, com símbolos e imagens do PT e de Lula, então candidato a presidente. Arruda era tesoureiro do diretório municipal do PT. Guaranho invadiu a festa e atirou contra Arruda, que acabou morrendo. Na ação, o petista reagiu e também efetuou disparos contra seu agressor, que ficou ferido e foi internado.
Dias depois, ele teve a prisão preventiva decretada. Nesta quinta, o desembargador substituto afirmou que não vê ‘elemento consistente’ para a denúncia contra Guaranho – caso que impulsionou a discussão sobre violência política na eleição de 2022. ‘O que há são dois homens se agredindo, em que o que morreu foi o que primeiro provocou’, afirmou. Acácio acrescentou ainda que três pessoas que agridem Guaranho quando ele já estava no chão, atingido pelos tiros, deveriam ser indiciadas por tentativa de homicídio, pelos atos ‘de selvageria e covardia’. ‘Parecia um bando de cão em cima de uma presa. É nojento’, disse.
Fonte: © Notícias ao Minuto