1,8 milhão de hectares em Rondônia: Funai se reunirá para desintrusão na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau com a Força Nacional de Segurança.
A solicitação de apoio da Força Nacional de Segurança Pública à Fundação Nacional dos Povos Indígenas para atuação na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau em Rondônia reflete a urgência em proteger essa área de 1,8 milhão de hectares. Desde sua homologação em 1991, a TI Uru-Eu-Wau-Wau tem sido alvo de conflitos e invasões constantes por não indígenas, requerendo uma ação imediata para resguardar a integridade da comunidade e do meio ambiente.
Garantir a segurança e a preservação da Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau é vital para a manutenção dos povos que lá habitam e para a conservação da biodiversidade da região, reforçando a importância das reservas indígenas como fontes de proteção ambiental e cultural. A presença consistente da Força Nacional pode ser um passo crucial para coibir as invasões e assegurar que a TI Uru-Eu-Wau-Wau seja respeitada em sua totalidade.
Desafios na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau em Rondônia
Em janeiro deste ano, a Fundação Nacional dos (Funai) e a Força Nacional de Segurança foram autorizadas a participar de uma operação em conjunto com a Polícia Federal para desintrusão de sete terras indígenas, incluindo a Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau. A ação cumpriu mandados de busca e apreensão para retirada de invasores em Governador Jorge Teixeira e Theobroma, onde crimes de contrabando de produtos veterinários eram cometidos.
As invasões na TI Uru-Eu-Wau-Wau têm sido recorrentes, mesmo após a atuação das forças federais na região. Neidinha Surui, atuante em Rondônia há décadas, destaca a pressão crescente sobre os indígenas, intensificada após a condenação de João Carlos da Silva pelo assassinato do líder indígena Ari Uru-Eu-Wau-Wau. Os invasores buscam avançar em territórios demarcados, como no Burareiro, onde tentam reduzir áreas destinadas aos nativos.
A sobreposição da TI Uru-Eu-Wau-Wau com o Projeto de Assentamento Dirigido pelo Incra, em 1975, gerou conflitos que perduram até hoje. A Justiça reconheceu o equívoco e determinou a indenização e retirada dos assentados, porém os grileiros continuam invadindo e desmatando, especialmente para criação de gado. A decisão do Supremo Tribunal Federal em março deste ano reforçou a necessidade de desintrusão em sete terras indígenas, incluindo a TI Uru-Eu-Wau-Wau.
Localizada em Rondônia, a TI Uru-Eu-Wau-Wau abrange 12 municípios e é lar de diversos povos indígenas, além de grupos isolados. A Funai, por meio da Frente de Proteção Etnoambiental, atua na região em meio às dificuldades estruturais. A recente autorização da Força Nacional de Segurança Pública para atuar na área traz esperança para a proteção dos povos indígenas. Em uma reunião com lideranças da TI, a Funai discutirá as demandas locais e os desafios em garantir a segurança e preservação da Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau.
Fonte: @ Agencia Brasil
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