Santander avalia movimento de consolidação no setor de educação, com recomendação de compra e preços-alvos, considerando riscos e dinâmicas de curto prazo.
A educação é um setor em constante evolução, e a Cogna (COGN3) está no centro das atenções com a possibilidade de uma fusão com a Yduqs. A recomendação do Bradesco BBI e outras instituições financeiras sobre o cenário do setor de educação em caso de uma fusão tem gerado grande interesse entre os investidores.
Com a perspectiva de uma fusão, o ensino e o aprendizado podem ser impactados de forma significativa, levando a uma instrução mais eficaz e inovadora. A ação da Cogna disparou no pregão da B3, saltando 11% e sendo negociada a R$ 1,40 por volta de 15h. A fusão pode ser um divisor de águas para a educação no Brasil. A expectativa é que a combinação das duas empresas possa trazer benefícios significativos para o setor de educação.
Recomendações de Compra no Setor de Educação
O Bradesco BBI divulgou um relatório recente em que elevou a recomendação de Cogna de neutra para compra e reduziu o preço-alvo de R$ 3 para R$ 2,40, indicando um potencial de alta de 90,5% em relação ao fechamento do dia anterior. Além disso, o banco também reduziu os preços-alvos de Ânima Educação de R$ 6 para R$ 5, com um potencial de alta de 111%, o de Yduqs de R$ 23 para R$ 15, com um potencial de alta de 47,8%, e o de Vitru Educação de R$ 24 para R$ 19, com um potencial de alta de 109,2%, reiterando recomendações de compra.
Os analistas Marcio Osako e Valeria Parini avaliam que as empresas do setor de educação enfrentam riscos de curto prazo devido aos juros elevados por mais tempo, maior regulação no ensino a distância e excesso de oferta de vagas em cursos de Medicina. Neste sentido, Cogna é a nova preferência do banco no setor, visto que é uma das poucas empresas que conseguirá ter crescimento nos seus resultados por conta da diversificação de portfólio e tem ações sendo negociadas a múltiplos descontados.
Dinâmicas de Resultados Variam entre as Empresas
As outras companhias também estão com valores atrativos, mas as dinâmicas de resultados variam. Ânima ainda tem boa geração de caixa, enquanto Yduqs não deve ter crescimento em 2024 e pode ver alguma deterioração nas margens. A instrução e o ensino são fundamentais para o sucesso dessas empresas, e a educação é o setor que mais sofre com as mudanças regulatórias.
Ontem, o Santander avaliou que uma fusão envolvendo Yduqs com Cogna ou Vitru Educação demandaria venda de parte dos ativos, mas seria aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). No entanto, o banco pondera que uma consolidação no setor, no curto prazo, é improvável, devido às diferenças de avaliações entre os pares e à incerteza regulatória.
‘Acreditamos que um acordo com a Vitru ou Cogna, pelo preço certo, poderia gerar valor para os acionistas e poderia ser aprovado com algumas restrições. Em nossa visão, qualquer acordo exigiria alguns desinvestimentos no segmento de ensino à distância, mas a agência antitruste aprovaria’, destacam os analistas Caio Moscardini e Karolina Silva Correia, do Santander, em relatório.
As ações de Yduqs também avançam no pregão de hoje, ficando entre as maiores altas do Ibovespa. No mesmo horário, avançava 4,14%, negociada a R$ 10,57. O papel da Vitru valorizava com menor intensidade, subindo 1,32%, a R$ 9,20. A educação é um setor que exige constante aprendizado e adaptação às mudanças regulatórias e tecnológicas.
Fonte: @ Valor Invest Globo