Preocupação com o avanço do desmatamento no Cerrado mobilizou criação de força-tarefa do governo federal com 7 estados e o Distrito Federal, para o PPCerrado.
O Cerrado, bioma de grande importância para a biodiversidade brasileira, vem sofrendo com o avanço do desmatamento, necessitando de ações efetivas para sua preservação. A força-tarefa do governo federal, em parceria com os estados e o Distrito Federal, busca soluções para conter a degradação ambiental nessa região.
O combate ao desmatamento no Cerrado é fundamental para a conservação desse bioma brasileiro, que abriga uma rica diversidade de espécies vegetais e animais. É preciso agir rapidamente para garantir a sustentabilidade desse importante ecossistema, que está ameaçado pela expansão desordenada de atividades humanas.
.
Reunião discute avanço do desmatamento no Cerrado
A inciativa é parte dos desdobramentos do Plano de Ação Contra o Desmatamento do Cerrado (PPCerrado), que foi retomado no ano passado.
Uma reunião no Palácio do Planalto, coordenada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, na tarde desta quarta-feira (27), contou com a participação dos governadores Carlos Brandão (Maranhão), Romeu Zema (Minas Gerais), Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso), Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul), Wanderlei Barbosa (Tocantins), da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão; e do secretário de Meio Ambiente da Bahia, Eduardo Sodré.
Cerrado é o principal bioma brasileiro afetado pelo desmatamento. É crucial proteger esse ecossistema único em sua biodiversidade.
Plano de Ação Contra o Desmatamento do Cerrado
Também participaram da agenda os ministros Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; e a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. ‘Na Amazônia, o governo federal tem um poder de ação muito maior.
No Cerrado, são os estados que têm um poder de ação maior’, afirmou a ministra Marina Silva a jornalistas, após o encontro. ‘A grande participação de governadores é uma demonstração de que o problema será resolvido, em um pacto que envolve o governo federal, os governos estaduais, envolve o setor produtivo, a sociedade civil e a comunidade científica’, acrescentou.
Além da criação de uma força-tarefa com a participação direta dos próprios governadores, as ações propostas incluem um trabalho de unificação das bases de dados dos estados com o governo federal.
Alerta sobre o desmatamento no Cerrado
A ideia é retomar a alimentação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que foi enfraquecido no governo anterior, levando os estados a desenvolverem suas próprias plataformas de acompanhamento da situação dos imóveis rurais, segundo o governo federal.
Além da unificação e cruzamento de informações, de acordo com a Casa Civil, um grupo de trabalho entre ministros e governadores se reunirá periodicamente para acompanhar os dados e tomar decisões. Fonte de 40% da água doce do país, o Cerrado teve um aumento de 19% nos alertas de desmatamento no mês passado, na comparação com fevereiro de 2023.
O bioma perdeu 3.798 quilômetros quadrados (km²) de vegetação nativa, no acumulado de agosto de 2023 a fevereiro deste ano, de acordo com o monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Impactos do desmatamento no Matopiba
A situação é mais grave e preocupante na região dos estados do Maranhão, de Tocantins, do Piauí e da Bahia – área conhecida pela sigla Matopiba, apontada como a nova fronteira agrícola do país. Quase 75% do desmatamento no Cerrado ocorre nesses quatro estados. Dos 52 municípios responsáveis por metade dos desmatamentos, 50 deles estão no Matopiba.
Durante a reunião, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima fez um alerta sobre os impactos de décadas de degradação do solo com desmatamento, além dos efeitos das mudanças climáticas.
‘Estamos observando uma mudança no regime de chuvas, sobretudo naquela região ali do Matopiba, uma diminuição no volume de água dos rios, na vazão dos rios, algo em torno de 19 mil metros cúbicos por segundo (m³/s) e outros problemas que podem criar graves situações em relação aos processos econômicos para a agricultura familiar, para o agronegócio’, destacou Marina Silva.
Desafios para preservar o Cerrado
A ministra também falou sobre um processo sem precedentes de desertificação de áreas próximas ao Cerrado. A pasta do Meio Ambiente informou que o apoio dos estados na força-tarefa pode garantir a liberação de recursos do Fundo Amazônia para financiar ações, considerando que até 20% dos recursos podem ser aplicados em medida de monitoramento e controle em outros biomas.
‘
Fonte: © TNH1