Possível paralisação por melhores salários dos servidores de 11 agências reguladoras expõe sucateamento do setor que regula 60% do PIB e ameaça bloquear parte do setor produtivo.
Uma paralisação em busca de melhores salários dos funcionários públicos de 11 agências reguladoras alcançou em um mês dois feitos notáveis. Um deles foi unir grande parte do setor produtivo, preocupado com a chance de uma greve dos servidores. A outra foi revelar o nível de precariedade das agências, fundamentais para o progresso do Brasil.
O movimento em prol de melhores condições salariais dos servidores de 11 agências reguladoras despertou a atenção de diversos setores em apenas um mês. A possibilidade de um paredão dos funcionários mobilizou a indústria, enquanto a exposição da situação precária das agências essenciais para o país foi um alerta para a sociedade como um todo.
Greve nas Agências Reguladoras: Servidores em Movimento pela Valorização
As agências reguladoras desempenham um papel crucial na criação de leis, formalização de contratos públicos e supervisão de setores como aviação civil, energia elétrica, saúde, portos e telecomunicações. Responsáveis por regular 60% do PIB do País, essas 11 agências atuam em áreas que vão desde o saneamento básico até o cinema.
No início do mês passado, o Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) iniciou uma mobilização pela valorização e reestruturação das carreiras dos seus 11.360 servidores. A categoria rejeitou a proposta de reajuste salarial do governo, buscando melhorias salariais e condições de trabalho.
Além do aumento salarial, os servidores das agências reguladoras buscam a equiparação do Ciclo de Gestão, com salários iniciais de nível superior de R$ 20.924,80. Com um orçamento insuficiente para atender às necessidades, as agências enfrentam um corte de 20% de contingenciamento.
O quadro de pessoal das agências, pensado há 25 anos, não acompanhou o crescimento da demanda de trabalho, resultando em mais de 65% dos cargos desocupados. A falta de especialistas impacta diretamente o trabalho das agências, como na Anvisa, onde R$ 20 bilhões em investimentos em medicamentos estão parados devido à falta de pessoal qualificado.
Diante da falta de avanço nas negociações, os servidores iniciaram uma operação-padrão, liberando documentos no último dia do prazo legal. Essa medida já causa prejuízos em diversos setores da economia, que temem uma possível paralisação das 11 agências reguladoras.
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo Henrique de Saboia, alertou para os impactos de uma greve da agência, destacando a importância de suas operações para setores como a importação de combustíveis.
Fonte: @ NEO FEED