Casa política completa 200 anos em 25 de março com predominância de parlamentares, redemocratização, vínculos familiares, representação democrática e exclusão política.
📲 Não deixe de seguir o A10+ nas redes sociais. O Senado é uma das instituições mais antigas do país, completando 200 anos de existência nesta segunda-feira (25). Com uma predominância de parlamentares masculinos e herdeiros políticos, a Casa de Leis tem sido palco de debates importantes para o Brasil.
Desde a redemocratização, o Senado tem sido uma peça-chave na política nacional, ao lado da Assembleia Legislativa e da Câmara Alta. É fundamental para a democracia brasileira que a Congreso Nacional continue a exercer seu papel de fiscalização e elaboração de leis que impactam diretamente na vida da população. Manter a pluralidade de gênero e a representação de diferentes camadas sociais no Senado é essencial para garantir uma sociedade mais justa e igualitária.
Senado: Representatividade e Desigualdades Políticas
Apenas quatro mulheres negras foram eleitas para o Senado entre os anos de 1986 e 2022, evidenciando a exclusão política e a falta de representação de gênero e raça nas assembleias legislativas do país. Dos 407 mandatos disputados nesse período, a predominância de parlamentares com vínculos familiares com políticos já estabelecidos foi notável, ocupando 67% dos cargos disponíveis. Esse cenário reflete a herança política que muitos senadores recebem, favorecendo a perpetuação do familismo político e a falta de pluralidade no Congresso Nacional.
Câmara Alta e Familismo Político: Uma Realidade Brasileira
É inegável que o Senado brasileiro é majoritariamente ocupado por famílias poderosas, que se sucedem como se em uma monarquia se tratasse. A redemocratização do país não foi capaz de acabar com essa prática, que prejudica a representação democrática do povo e reforça as desigualdades políticas existentes no sistema eleitoral. A pesquisa de Robson Carvalho revela que, das 407 vagas disputadas, apenas 44 foram ocupadas por mulheres, demonstrando a exclusão política que ainda afeta a representação de gênero nas casas políticas do Brasil.
Capital Político e Representação do Povo no Senado
Segundo o cientista político, a herança política presente no Senado beneficia principalmente homens brancos, empresários e indivíduos de estratos superiores da sociedade, em detrimento de uma representação mais plural e inclusiva. Essa realidade contradiz o ideal de uma democracia representativa, que deveria contemplar a diversidade da população brasileira. A representatividade de mulheres, negros, quilombolas, indígenas e pessoas de origem popular ainda é limitada no Senado, o que compromete a legitimação do sistema político no país.
Senado e Vínculos Político-Familiares: Um Panorama Nacional
A pesquisa de Carvalho destaca que a herança política não se restringe a uma região específica do país, estendendo-se por todas as unidades federativas. Destaca-se que estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná apresentam altos índices de eleitos com vínculos político-familiares, o que evidencia a concentração de poder em determinados grupos. A representação do povo no Senado é comprometida pela predominância dessas famílias políticas, que perpetuam privilégios e desigualdades no contexto político brasileiro.
Representação de Gênero e Raça no Senado: Um Desafio à Democracia
A sub-representação de mulheres, especialmente negras, bem como de pessoas de outras raças e etnias, compromete a legitimação do Senado como espaço democrático. A falta de diversidade nas assembleias legislativas reflete a exclusão política e as desigualdades sociais presentes na sociedade brasileira. A pluralidade política e a representação do povo são comprometidas pela persistência do familismo político e pela predominância de parlamentares com laços familiares no Congresso Nacional.
Fonte: © A10 Mais
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