Balanços trimestrais e movimento de juros moldam desempenho no mercado de corte, de opções e interfinanceiro.
O Ibovespa continua em uma sequência de baixa, um cenário que não deixa os investidores nervosos. A alta da Petrobras não foi suficiente para reverter o quadro, mas apenas para evitar que a bolsa encerrasse o dia em campo negativo.
Ainda assim, o índice de ações perdeu 0,15% na sessão de quinta-feira (14), chegando a 104.173,33 pontos. O volume de negócios foi de R$ 2,7 bilhões, uma quantidade razoável para a emissão de títulos. O mercado de ações continua em um ambiente de cautela, com investidores mais restritos em suas aplicações. O Ibovespa continua em uma sequência de baixa, um cenário que não deixa os investidores nervosos, o que, por sua vez, impacta negativamente o preço das ações.
Ibovespa: Mercado em Espera pelo Pacote de Corte de Gastos
O mercado de ações está em um estado de expectativa contínua em relação ao pacote de corte de gastos prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nesse contexto, os investidores estão ponderando o desempenho das empresas nas balanças trimestrais e os movimentos dos juros no Brasil e nos Estados Unidos. Nesse cenário, a Ibovespa permaneceu estável, com um ligeiro avanço de 0,05%, aos 127.792 pontos, ainda em seu patamar mais baixo em três meses. No entanto, em novembro, o índice caiu 1,48%. No acumulado do ano, as perdas alcançam 4,76%. Em relação a volume negociado, as 86 ações da carteira teórica movimentaram R$ 21 bilhões, acima da média diária de R$ 16,5 bilhões dos últimos 12 meses. O forte volume se deve ao vencimento de contratos de opções, que resultaram em mais movimentações na bolsa.
Movimento do Índice e Empresa
Durante o dia, o índice Ibovespa pegou fôlego na expectativa de que um comunicado sobre o corte de gastos pudesse ser emitido em breve. No entanto, à medida que o dia foi chegando ao fim, a bolsa voltou ao marasmo. Nesse contexto, o índice busca estabilidade e confiança dos investidores. O desempenho das empresas também é um fator a ser considerado, especialmente nas balanças trimestrais, que podem influenciar na percepção dos investidores sobre o mercado.
Taxa de Juros e Dólar
O acumulado do ano, o dólar comercial avançou 0,91% na semana. Na quinta-feira, a moeda americana registrou uma queda de 0,01%, alcançando R$ 5,79. No mês, avança 0,14% e 19,31% no ano. O real já enfrenta desafios, como a retirada de recursos gringos, desvalorização das commodities e juros altos nos Estados Unidos. A eleição do presidente Donald Trump para a Casa Branca adiciona incerteza, levando a um aumento na busca por dólar, que enfraquece outras moedas, especialmente as de países emergentes como o Brasil. A divisa americana é considerada um ativo de proteção, por isso a procura por ela aumenta em momentos de instabilidade ou dúvidas.
Juros e Desempenho das Empresas
Nos Estados Unidos, os juros subiram mais uma vez, após comentários do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell. Segundo ele, não há pressa para cortar as taxas. A economia americana se mostra forte, o que pode desacelerar a redução de juros que o mercado tanto anseia. Por falar em juros, o dia foi de avanço para os retornos dos contratos futuros de Depósito Intrabancário. Em toda a curva de 10 anos, houve um aumento nas taxas, sendo o mais forte para os contratos de vencimento mais longo. A Taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 foi de 13,18% para 13,21% ao ano. Prêmios em contratos de curto prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic. No médio prazo, houve oscilação de 0,04% nos retornos da taxa para janeiro de 2029, que passou de 13,17% para 13,16%. Já para janeiro de 2034, a taxa foi de 12,79% para 12,75%. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo. A parte mais curta da curva também sofre variações, após a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) deixar ainda mais claro que o cenário exige cautela e mais juros podem estar a caminho.
Fonte: @ Valor Invest Globo