Bolsa cai com Vale e Petrobras, que representam 20% do Ibovespa, devido à desvalorização do minério de ferro e petróleo, afetando o mercado e o fluxo de dinheiro.
O Ibovespa é um índice que reflete a performance da bolsa brasileira, e quando uma carteira de investimentos tem uma forte concentração em commodities, ela pode se tornar tão volátil quanto os próprios produtos. Isso ocorre porque as flutuações nos preços das commodities podem afetar significativamente o valor da carteira.
Um exemplo disso foi visto recentemente, quando a Vale e a Petrobras impulsionaram o Ibovespa em um dia, mas no dia seguinte, o índice caiu devido à queda nos preços do petróleo e do minério de ferro. A volatilidade é um risco constante quando se investe em commodities, e é importante diversificar a carteira para minimizar esses riscos. Além disso, a bolsa brasileira é altamente influenciada pelas flutuações nos preços das commodities, o que pode afetar o desempenho do Ibovespa.
O Ibovespa cedeu 0,38% aos 131.512 pontos
A bolsa brasileira apresentou um desempenho oposto aos índices de Nova York, que renovaram o humor com a notícia de arrefecimento do conflito no Oriente Médio. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, cedeu 0,38% e fechou o dia em 131.512 pontos. Com isso, passou de uma alta de 0,12% (do fechamento anterior) para queda de 0,23% no mês. No acumulado do ano, o prejuízo subiu para 1,99%.
O giro financeiro foi novamente fraco, alcançando R$ 15,7 bilhões durante as negociações. O volume ficou abaixo da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,6 bilhões.
A volta do mercado chinês influenciou o Ibovespa
De acordo com Andre Fernandes, chefe de renda variável e sócio da A7 Capital, o principal fator que está derrubando nossa bolsa hoje foi a volta dos mercados na China, após o feriado da Golden Week. A volta das negociações no mercado chinês foi marcada pelo novo pacote de estímulos anunciado na madrugada dessa terça-feira. No entanto, o pacote ficou bem abaixo do esperado pelo mercado, que tinha grande expectativa sobre o governo chinês anunciar um grande pacote de estímulos nessa volta do feriado.
Sem perspectivas de melhora na demanda, o preço do minério de ferro voltou a recuar, levando consigo ações de empresas de mineração e siderurgia. A frustração com as promessas que poderiam vir do outro lado do mundo também contribuiu para a valorização do dólar. Quando as commodities caem, também diminui o fluxo de dinheiro estrangeiro nos países emergentes que dependem desses produtos.
O dólar valorizou e as taxas de juros se mantiveram estáveis
O dólar comercial fechou o dia com avanço de 0,86%, negociado a R$ 5,53. A moeda acumula valorização de 1,27% no mês e de 14% no ano. No Brasil, as taxas de juros de futuros se mantiveram estáveis, com poucos ajustes para a maior parte dos vencimentos. A curva de juros continua achatada e invertida, sugerindo mais juros para o curto prazo e menos para o longo prazo.
O achatamento é quando as taxas de contratos mais curtos e mais longos se aproximam. Quando elas se afastam, o gráfico mostra uma curva mais empinada. Desde a atualização de nota de risco do Brasil pela Moody’s, há uma semana, essa inversão começou a tomar forma. Ao melhorar a classificação do país, a agência contribuiu para uma visão mais otimista no longo prazo, reduzindo o efeito de preocupações com o risco fiscal.
A Taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 rondou a estabilidade a 11,08% ao ano. Prêmios em contratos de curto prazo estão mais ligados às expectativas de investidores para a Selic. Já para janeiro de 2033, a taxa recuou de 12,20% para 12,13%. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo (‘risco fiscal’, se preferir).
Empresas e o Ibovespa
Apesar de a maioria dos papéis terem subido, o Ibovespa caiu pela força de seus dois pesos pesados. Das 86 ações, 49 avançaram e 36 recuaram. Um outro ficou estável. Entre as maiores altas, temos as ações da Azul, que fechou um acordo de R$ 3 bilhões com a empresa de tecnologia.
Fonte: @ Valor Invest Globo