Distribuição de proventos bate recorde em 2020 após mudança na presidência da petroleira, beneficiando acionistas minoritários.
A controvérsia em torno da distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras, que resultou na alteração da presidência da empresa, aumentou a quantidade de proventos pagos em maio, de acordo com dados da fintech Meu Dividendo.
A análise dos dividendos distribuídos pela Petrobras revelou um impacto significativo nos proventos pagos aos acionistas, evidenciando a importância da transparência na gestão financeira das empresas.
Aumento na Distribuição de Dividendos
No acumulado do ano, o montante distribuído pelas empresas aos acionistas totaliza R$ 128,83 bilhões, registrando um crescimento de 31% em relação ao ano anterior, marcando o maior valor desde 2020. Destaque para os aproximadamente R$ 18,7 bilhões pagos pela empresa estatal na última semana, referentes a dividendos obrigatórios e extraordinários, elevando a Petrobras à posição de principal pagadora de proventos até o momento, com um total de R$ 36,77 bilhões distribuídos.
Impacto da Mudança na Presidência na Distribuição de Dividendos
Uma disputa interna entre os ministérios do governo federal e a pressão dos acionistas minoritários resultaram em discussões acaloradas relacionadas à distribuição de cerca de R$ 44 bilhões em dividendos extraordinários pela Petrobras. Em abril, o governo concordou em pagar metade desse valor, com a outra metade ainda sem destino definido. Dos R$ 22 bilhões, metade foi paga em 20 de maio, e a parte restante será distribuída em junho.
Destaques dos Maiores Pagadores de Dividendos
Até o momento, o Itaú se mantém como um dos maiores pagadores, desembolsando R$ 22,03 bilhões em proventos. Além disso, empresas como Vale (R$ 12,43 bilhões), Itaúsa (R$ 6,71 bilhões) e Santander (R$ 4,53 bilhões) também figuram entre os principais distribuidores de dividendos neste ano.
Mudança na Composição dos Pagamentos de Dividendos
A proporção entre dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) permaneceu semelhante ao ano anterior, com 36% dos proventos pagos na forma de JCP até maio. No mesmo período do ano passado, esse número era de 39%, chegando a 44% ao longo do ano. A expectativa é que essa relação volte a crescer.
Perspectivas Futuras na Distribuição de Dividendos
Com as recentes alterações nas regras tributárias implementadas pelo Congresso Nacional em dezembro de 2023, que proíbem empresas de realizarem planejamento tributário e distribuírem JCP de exercícios anteriores em anos fiscais subsequentes, espera-se um aumento nos pagamentos de proventos nesse formato ao longo de 2024, conforme apontado por Wendell Finotti, fundador da plataforma Meu Dividendo.
Fonte: @ Valor Invest Globo