A alta superou a mediana das estimativas de 22 consultorias e instituições financeiras, influenciada por mudanças climáticas, efeitos sazonais, preços das commodities e taxa interanual.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) apresentou uma variação significativa em setembro, com uma inflação de 0,62%, superando a taxa registrada no mês anterior, que foi de 0,29%. Esse resultado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). A inflação continua a ser um desafio para a economia, e esse aumento reflete a pressão sobre os preços dos produtos e serviços.
A alta taxa de inflação em setembro foi superior à mediana das estimativas de 22 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que era de 0,47%. As projeções variaram de 0,2% a 0,65%, indicando uma elevação significativa nos preços. Com esse desempenho, o índice acumula um crescimento de 2,64% no ano e de 4,53% nos últimos 12 meses, o que pode ter um impacto significativo na economia e no poder de compra dos consumidores. A inflação continua a ser um desafio para a estabilidade econômica.
A Inflação em Setembro de 2023: Uma Análise Detalhada
Em setembro de 2023, o IGP-M apresentou um aumento de 0,37% no mês e acumulava uma queda de 5,97% em 12 meses. As mudanças climáticas e os efeitos sazonais têm gerado novas pressões sobre os preços das principais commodities, contribuindo para a aceleração da inflação. No Índice ao Produtor, os aumentos mais expressivos foram observados em bovinos, leite e laranja.
A desaceleração menos intensa da queda dos alimentos in natura e a adoção da bandeira tarifária vermelha, patamar 1, contribuíram para a aceleração da inflação. Na construção civil, a mão de obra se destaca, com uma taxa interanual de 7,45%, superior à média do índice, que é de 5,23%, segundo André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre e responsável pelo indicador.
Aceleração da Inflação em Setembro
Em setembro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,70%, uma aceleração em relação ao comportamento observado em agosto, quando registrou alta de 0,29%. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais subiu 0,69% em setembro, uma inversão da taxa em relação ao mês anterior, quando registrou queda de 0,10%. Esse acréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, cuja taxa passou de -7,11% para -0,56%, no mesmo intervalo.
Além disso, o índice correspondente a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, subiu de 0,29% em agosto para 0,88% em setembro. A taxa do grupo Bens Intermediários subiu 0,57% em setembro, porém com menor intensidade que a do mês anterior, quando registrou alta de 0,93%. O principal fator que influenciou esse recuo foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 2,18% para -1,82%.
Impacto da Inflação nos Preços das Commodities
O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) subiu 1,00% em setembro, após registrar alta de 0,71% em agosto. O estágio das Matérias-Primas Brutas apresentou alta de 0,87% em setembro, após registrar queda de 0,05% em agosto. A aceleração deste grupo foi influenciada principalmente por itens chave, tais como a soja em grão, que inverteu sua taxa de uma queda de 0,55% para uma alta de 2,59%, o leite in natura, cuja taxa avançou de 0,82% para 5,21%, e o café em grão, que subiu de 1,98% para 4,14%.
Em contraste, alguns itens tiveram um comportamento oposto, entre os quais se destacam a cana-de-açúcar, que passou de uma alta de 1,58% para uma leve elevação de 0,06%, a mandioca/aipim, que reduziu de uma alta de 0,91% para uma queda de 0,22% e o milho em grão, que suavizou a alta em sua taxa de 2,78% para 2,44%.
A Inflação ao Consumidor em Setembro
Em setembro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou uma variação de 0,33%, avançando em relação à taxa de 0,09% observada em agosto. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, cinco delas exibiram aceleração em suas taxas de variação. O maior impacto veio do grupo Habitação, cuja taxa de variação passou de -0,08% para 1,00%.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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