Resultados parciais de pesquisa Periferia Brasileira de Letras, coletivos literários, atividades literárias em periferias de capitais, grupos de contação de história, editoras independentes.
O levantamento de atividades literárias em periferias de capitais brasileiras ganha mais profundidade com a segunda edição.
As saraus, batalhas de rima e editoras independentes foram atentamente mapeadas, ampliando o alcance da pesquisa. O Coletivo Fostxig, membro da Rede PBL em Oiapoque, reflete sobre a importância de espaços literários na periferia, _como o Aldeia do Manga_, em 01/2023, enquanto o Coletivo Juremas em Macapá destaca a diversidade de práticas literárias em sua região.
Ganhos e Desafios nos Coletivos Literários Periféricos
A crescente apreciação pela literatura em locais periféricos do Brasil tem sido um tema bastante relevante nos últimos anos. A segunda edição da Periferia Brasileira de Letras (PBL) revelou um aumento significativo de 36% na quantidade de coletivos literários em diferentes periferias de capitais brasileiras. Este crescimento é marcante, alcançando pelo menos 230 coletivos em 2024, em comparação com os 169 mapeados em 2022. Os dados preliminares da PBL foram capturados até 03 de novembro de 2024 e serão consolidados até o final do ano.
A PBL é uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e visa mapear coletivos literários, que incluem atividades como saraus, batalhas de rima, grupos de contação de história, bibliotecas comunitárias, editoras independentes e outras iniciativas literárias atuantes nas periferias. Esses coletivos são considerados importantes por promoverem a literatura e a cultura em locais que frequentemente carecem de acesso a recursos culturais.
A segunda edição da PBL expandiu sua abrangência, passando de 8 para 10 estados mapeados, e incluiu uma etapa qualitativa com entrevistas, além da quantitativa. Até agora, os 14 coletivos integrantes da PBL realizaram 112 entrevistas com 230 pessoas. Os coletivos mapeados receberão certificados, que podem ser utilizados como instrumentos estratégicos para captação de recursos públicos, como diz Mariane Martins, coordenadora da PBL.
A conexão entre a Fiocruz e a literatura pode parecer surpreendente, mas a instituição científica de saúde identifica na literatura uma ferramenta poderosa para promover a saúde e a participação social. A coordenação da PBL vê os coletivos literários como espaços de discussão e intervenção social, abordando questões como feminismo, racismo e necessidade de vacinação, demonstrando como a literatura pode ser uma ferramenta essencial para melhorar a saúde e a qualidade de vida das comunidades periféricas.
A pesquisa da PBL visa não apenas mapear esses coletivos, mas também fortalecê-los. A obtenção de certificados para os coletivos mapeados pode ser um passo importante para garantir recursos financeiros e apoiar o desenvolvimento dessas iniciativas culturais. A PBL está disponível até 03 de novembro de 2024, e aqueles que desejam registrar coletivos literários podem acessar o site da PBL para obter mais informações.
Em resumo, os coletivos literários periféricos têm experimentado um crescimento significativo, e a PBL está trabalhando para apoiá-los. A conexão entre literatura, saúde e participação social é um tema crucial, e a pesquisa da PBL visa fortalecer essas iniciativas de forma a melhorar a vida das comunidades periféricas.
Fonte: @ Terra