Municípios afetados convocarão voluntários para reforçar ações de resposta. Monitor de Secas intensifica nas condições, voluntários para reforçar.
O governo de Mato Grosso do Sul decretou estado de emergência nos municípios afetados pelos incêndios que assolam o estado. Emitido nesta segunda-feira (24), o decreto tem validade de 1280 dias e permite que os órgãos estaduais ajam sob a coordenação da Defesa Civil do Estado, em iniciativas que abrangem a resposta aos incêndios, recuperação da área afetada e reconstrução.
As queimadas deixam cicatrizes profundas na natureza, com focos de fogo que consomem hectares de vegetação. É essencial que medidas de prevenção sejam implementadas para evitar futuras tragédias ambientais. A comunidade local está unida para enfrentar os desafios causados pelos incêndios e trabalhar na restauração das áreas atingidas pelo fogo.
Incêndios e Queimadas em Mato Grosso do Sul
Mato Grosso do Sul tem enfrentado, desde o início deste ano, uma seca severa, com longos períodos de estiagem em várias partes do estado. De acordo com o Monitor de Secas da ANA, a situação de seca tem se agravado desde o final de maio, resultando em um aumento significativo nos focos de calor. A intensificação das condições secas tem gerado preocupações em relação aos incêndios florestais e queimadas.
O decreto em vigor autoriza a convocação de voluntários para auxiliar nas ações de resposta aos desastres e promover campanhas de arrecadação de recursos para apoiar a população afetada. As autoridades locais e os agentes de defesa civil estão autorizados a intervir em situações de risco iminente, inclusive adentrando residências para prestar socorro ou ordenar evacuações, assim como utilizar propriedades privadas em casos de perigo público, com a devida compensação aos proprietários.
A Situação no Pantanal e os Impactos dos Incêndios
O Pantanal, conhecido como a maior área úmida contínua do mundo, tem sido fortemente afetado pelos incêndios, com um aumento significativo no número de focos de fogo nos últimos 12 meses. Segundo dados do Inpe, foram registradas 9.014 ocorrências de queimadas, quase sete vezes mais do que no ano anterior. Além do aumento no volume de incêndios, a antecipação do problema tem chamado a atenção, com a intensificação das queimadas ocorrendo mais cedo do que o habitual.
Em meio a essa seca excepcional, a ANA declarou uma situação crítica de escassez de recursos hídricos na região do Paraguai, vigente até outubro de 2024. Uma pesquisa do MapBiomas revelou que o Pantanal é o bioma mais impactado pelas queimadas nas últimas décadas, com 59,2% do território de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul afetado pelo fogo.
Durante o período de 1985 a 2023, o município de Corumbá foi o mais atingido por queimadas em todo o país, resultando em extensas ‘cicatrizes de fogo’ na vegetação nativa do Pantanal, afetando 25% da região. Os danos causados pelos incêndios são significativos, tanto em termos ambientais quanto econômicos, estimando-se um prejuízo de mais de R$ 17 bilhões para a agropecuária pantaneira.
Fonte: @ Agencia Brasil