Pianista popularizou a música brasileira com ‘Mas Que Nada’, um clássico que vendeu mais de meio milhão de cópias em sua carreira.
Inovador na difusão da melodia brasileira, Sergio Mendes trouxe seu piano e suas cadências de jazz, que abraçavam os clássicos da Bossa Nova, desde Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes até os grandes nomes da MPB, como Caetano Veloso e Carlinhos Brown, com seus sucessos marcantes. A música dele é um verdadeiro presente para os amantes da música.
O Legado Musical de Sergio Mendes
Ao longo de sua carreira, Sergio Mendes vendeu impressionantes meio milhão de cópias de sua famosa canção Mas Que Nada. O pianista, que faleceu aos 83 anos na sexta-feira (6), refletiu em 2015 sobre seu sucesso, enfatizando que não desejava se limitar a uma única carreira. Ele expressou sua aversão a rótulos, afirmando: ‘Sou pianista, compositor, produtor… Gosto de colaborar com outros artistas e criar arranjos. Embora eu cante um pouco, minha paixão é por todo tipo de música, incluindo jazz, flamenco e música internacional.’
Inspirações e Composições
Sergio Mendes revelou que sua primeira inspiração musical veio de sua admiração por um pintor, o que mostra a conexão entre arte e melodia. ‘Com apenas dezessete anos, compus a melodia Noa, Noa, em homenagem a Gauguin, o pintor francês. Admiro muito seu trabalho; ele deixou a França para viver na Polinésia, e a história dele me encanta. Essa composição foi uma forma de tributo’, compartilhou ele em uma entrevista ao site espanhol ABC Cultural.
O Impacto de Mas Que Nada
Embora tenha sido um dos artistas brasileiros mais reconhecidos globalmente, foi a regravação de Mas Que Nada em 1996 que elevou ainda mais sua carreira. A canção, originalmente de Jorge Ben Jor, tornou-se um verdadeiro clássico, e sua nova versão em Bossa Nova é uma das mais populares de seu repertório. Anos depois, Mendes colaborou com o grupo Black Eyed Peas para uma nova interpretação. ‘É uma canção mágica. Foi a primeira vez que uma canção brasileira alcançou sucesso mundial, tocando em lugares como EUA, Europa, Ásia e Japão. A força da melodia é realmente atraente, simples e contagiosa’, afirmou ele.
A Nova Safra de Música e a Falta de Melodia
Sergio Mendes, um grande apreciador da música popular brasileira e de ícones como Caetano Veloso e Tom Jobim, lamentou a escassez de melodias nas novas composições do mercado. ‘O que sinto falta é da melodia. Não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, incluindo os EUA e a Europa, não ouço tantas canções bonitas como nas décadas de 1960 e 1970. Os jovens parecem preferir músicas de discoteca, que são quase sintéticas e frias. Não há melodia. É um ciclo que estamos vivendo. Não percebo a emoção que a música orgânica traz’, comentou. Para ele, a preservação da melodia é vital, e por isso ele busca gravar com novos compositores brasileiros, como Carlinhos Brown e Toninho Horta, que ainda valorizam esse aspecto. ‘Carlinhos é um grande percussionista e suas letras são muito boas. Eu compus várias músicas com ele, sempre em busca de manter a essência da melodia.’
Fonte: © Revista Quem