Valores de energia devem subir no mercado livre devido à volatilidade dos preços e maior variação climática, especialmente para energia hidrelétrica.
Os consumidores que optam pelo mercado livre de energia devem se preparar para uma maior instabilidade nos valores da eletricidade nos próximos meses, devido à previsão de um inverno mais seco e quente no Brasil. A variação nos preços da energia pode impactar diretamente o bolso dos consumidores, tornando importante a busca por alternativas mais sustentáveis e econômicas.
Além disso, a instabilidade na oferta de eletricidade pode gerar desafios para as empresas que dependem fortemente desse recurso, incentivando a busca por fontes alternativas de energia. É essencial que tanto consumidores quanto empresas estejam atentos às mudanças no mercado de energia e busquem soluções inovadoras para garantir um fornecimento estável e eficiente de eletricidade.
Desafios e Oportunidades no Mercado Livre de Energia
O cenário atual no setor energético marca uma mudança significativa em relação aos últimos dois anos, nos quais os preços permaneceram próximos ao piso. No mercado livre de energia, os consumidores têm a possibilidade de negociar a compra direta de energia com os geradores ou comercializadores, deixando de depender exclusivamente da eletricidade fornecida pelas distribuidoras. Essa alternativa está disponível para todos os clientes de alta tensão no Brasil.
Os consumidores que optam pelo mercado livre estão sujeitos a negociar a partir do preço de liquidação das diferenças (PLD), que varia conforme as condições do mercado. Como a maior parte da eletricidade no país é proveniente de fontes hidrelétricas, a tendência é de aumento nos preços durante períodos de menor pluviosidade, quando a geração dessas usinas é reduzida e é necessário acionar termelétricas mais caras.
A consultoria de meteorologia Climatempo prevê um inverno com períodos prolongados de seca e temperaturas acima da média, juntamente com picos de frio intenso que aumentam os riscos de geada. Essas condições são influenciadas pelo fenômeno La Niña, que impacta as regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, onde se concentram a maioria das usinas hidrelétricas.
A expectativa de redução nas chuvas e na geração hidrelétrica, juntamente com a previsão de temperaturas mais elevadas que o habitual, levanta preocupações para o setor elétrico. Em períodos mais quentes, o uso de ar condicionado aumenta, resultando em maior consumo de energia.
A meteorologista Ana Clara Marques, da Climatempo, destaca que o La Niña em formação pode prolongar o período seco e atrasar a chegada das chuvas na primavera. Isso pode levar a uma maior volatilidade nos preços ao longo do dia, com picos de alta no PLD durante o entardecer e início da noite, quando a geração solar é menor e o consumo é mais intenso.
Os impactos dessa situação já são visíveis no mercado livre, com o PLD ultrapassando o patamar de mil reais em alguns momentos, após sair do piso de R$ 61,07 por megawatt-hora. Essa realidade pode ser preocupante para os clientes que aderiram ao mercado livre nos últimos anos e ainda não enfrentaram cenários tão desafiadores.
A partir de 2024, todos os consumidores de alta tensão terão a possibilidade de migrar para o mercado livre. A última crise hídrica no Brasil ocorreu em 2021, evidenciando a importância de estratégias para lidar com a volatilidade dos preços e garantir o fornecimento de energia de forma sustentável e eficiente.
Fonte: @ Info Money