Morgan Stanley tem queda de 5,25% após investigação da SEC e do Fed sobre práticas de prevenção à lavagem de dinheiro na unidade wealth.
O fechamento do pregão de hoje na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) não foi favorável para as ações do Morgan Stanley, que registrou uma queda de 5,25%, encerrando o dia cotadas a US$ 86,84. Esse declínio representa a maior variação negativa do papel em cinco meses. No acumulado do ano, as ações do Morgan Stanley já apresentam uma desvalorização de 6,8%, refletindo diretamente no valor de mercado do banco, que está avaliado em expressivos US$ 141,2 bilhões.
Com a oscilação no valor das ações do Morgan Stanley, observamos como o mercado financeiro pode ser volátil, especialmente para um renomado banco de investimentos como esse. A atuação e as estratégias adotadas pelo Morgan Stanley frente a esse cenário certamente influenciam no comportamento dos investidores e nas movimentações do mercado de capitais. Acompanhar de perto as tendências e as decisões do Morgan Stanley é crucial para entender o cenário atual do setor de bancos de investimentos.
Morgan Stanley Sob Escrutínio por Práticas de Prevenção à Lavagem de Dinheiro
O pano de fundo para a marca negativa foi uma reportagem do The Wall Street Journal (WSJ), onde foi revelado que a divisão de wealth management do Morgan Stanley e suas práticas de prevenção à lavagem de dinheiro estão no foco das investigações de órgãos reguladores americanos. A lista dos responsáveis por esse escrutínio não é pequena, incluindo a Securities and Exchange Commission (SEC), o Gabinete do Controlador da Moeda, e outros escritórios do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, juntamente com o Federal Reserve, o banco central americano.
Conforme relatos do WSJ, um grupo está investigando se o Morgan Stanley fez o suficiente para identificar potenciais clientes e a origem de suas riquezas. A preocupação se estende ao monitoramento das movimentações financeiras dos clientes. Em fases anteriores do processo, a SEC questionou o banco sobre clientes atuais e antigos da unidade wealth, enviando perguntas sobre suas avaliações.
No cenário das investigações, foram levantadas questões sobre os negócios mantidos com clientes previamente cortados pela E*Trade, plataforma digital adquirida pelo Morgan Stanley. Paralelamente, a Rede de Execução de Crimes Financeiros do Tesouro dos Estados Unidos também enviou uma lista de clientes à instituição, em parte coincidindo com a relação da SEC.
Entre esses clientes, surgiram figuras como um bilionário com laços na Rússia e outro que, embora declarasse estar nos EUA, suas atividades na E*Trade sugiram uma localização em uma ilha caribenha. Em resposta às investigações em andamento, James Gorman, CEO do Morgan Stanley, afirmou que o banco está investindo em compliance, tecnologia e inteligência artificial para aprimorar o controle do fluxo de recursos na divisão de wealth management.
A unidade de wealth ganhou importância na estratégia do banco desde a crise de 2008, impulsionando a realização de diversas aquisições para fortalecer a divisão. Em 2023, registrou uma receita de US$ 26,2 bilhões, representando quase a metade da receita total do banco, totalizando US$ 54,1 bilhões. No entanto, apesar da relevância, evidenciou sinais de desaceleração.
Os números do quarto trimestre de 2023 revelaram que a receita da divisão foi de US$ 6,64 bilhões, frente a US$ 6,62 bilhões do mesmo período no ano anterior. Entre outubro e dezembro do ano passado, o volume de novos ativos líquidos adicionados somou US$ 47,5 bilhões, representando uma queda de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior. No trimestre anterior, esse indicador já havia recuado 45%, alimentando preocupações sobre o futuro da unidade wealth management do Morgan Stanley.
Fonte: @ NEO FEED
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