Raisi, agressivo contendor para liderança frágil Khamenei (85), hormônicos. Conflito básico na sucessão clérigo-chefe, linha-dura. Detenção de pessoas em onda de manifestações politicas hidratada. Convocação de eleições iminente.
A morte do presidente iraniano Ebrahim Raisi, o segundo homem mais importante na hierarquia do Irã, num acidente de helicóptero na província iraniana do Azerbaijão Oriental, traz incertezas sobre o futuro político da nação. A perda do presidente iraniano deixa um vácuo de liderança que pode desencadear uma disputa intensa pelo poder no país.
Com a ausência do presidente, a república teocrática islâmica do Irã enfrenta um desafio crucial para manter a estabilidade política. A busca por um novo líder capaz de manter a coesão interna e a continuidade do governo se torna essencial para evitar uma crise institucional. A morte do presidente iraniano Ebrahim Raisi destaca a fragilidade da estrutura de poder na nação teocrática islâmica.
Presidente Iraniano: Raisi e a Liderança na República Teocrática Islâmica
Cotado como um dos sucessores do aiatolá Ali Khamenei, Raisi deixou sua marca como líder do Irã, impondo uma postura totalitária e repressora desde o início de seu mandato em 2021. No Irã, o presidente desempenha um papel executivo no governo, enquanto o líder supremo é o chefe de Estado, detendo poderes significativos e influenciando as decisões estratégicas.
Aos 85 anos e com 35 anos de liderança na república dos aiatolás, o clérigo Khamenei desempenhará um papel crucial na seleção de um sucessor igualmente linha-dura para ocupar o cargo de Raisi, possivelmente através da convocação de eleições em 50 dias. Durante esse período, o primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, assumirá a chefia do governo.
Enquanto especulações sobre a saúde debilitada de Khamenei circulam, surgem rumores sobre seu possível substituto. De acordo com o analista Jason Brodsky, da Iran International TV, a morte do presidente não alterará os fundamentos das políticas do regime, uma vez que o líder supremo mantém sua autoridade constitucional.
A morte de Raisi tem o potencial de perturbar a política de sucessão, já que ele era considerado um dos principais candidatos para suceder o chefe dos aiatolás. O clérigo Mojtaba Khamenei, segundo dos seis filhos de Khamenei, também é apontado como um forte concorrente para a sucessão.
Apesar das especulações, uma sucessão familiar poderia ser politicamente delicada, considerando as críticas anteriores ao governo hereditário. Raisi, conhecido por sua postura ultraconservadora, não era popular entre os iranianos, implementando políticas rígidas e apoiando a repressão de dissidentes durante os protestos após a morte de Mahsa Amini em 2022.
As manifestações resultaram na detenção de milhares de pessoas, refletindo a insatisfação interna com o governo de Raisi. Embora a continuidade do regime deva prosseguir, a morte do presidente trará mudanças significativas na liderança e na sucessão de Khamenei na república teocrática islâmica do Irã.
Fonte: © G1 – Globo Mundo